Milhares de indígenas de diversas etnias do Brasil se reúnem em Brasília nesta segunda-feira (22.04) para a 20ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL). O evento, que se estende até o dia 26 de abril, tem como tema central a luta contra o marco temporal da demarcação de terras indígenas, tese que teve sua constitucionalidade questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), mas que segue em vigor após aprovação pelo Congresso Nacional.
A expectativa da Articulação Nacional dos Povos Indígenas (Apib), que organiza o encontro, é que este seja o ATL mais participativo da história, superando os mais de 6 mil indígenas do ano passado.
O objetivo do encontro em Brasília, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), é pressionar as autoridades quanto aos retrocessos da lei.
Para isso, entre as atividades, está prevista para terça-feira (23) uma marcha em direção ao Congresso Nacional, onde será realizada uma sessão solene.
Entenda
A lei do marco temporal foi aprovada pelos parlamentares no mesmo momento em que o STF rejeitou a tese que estabelece que os indígenas só têm direito às terras que ocupavam no momento da promulgação da Constituição, em novembro de 1988.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a vetar boa parte do projeto, mas os vetos foram derrubados no parlamento.