O ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Júnior, disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que o general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, ameaçou prender o ex-presidente Jair Bolsonaro caso ele tentasse realizar um golpe de Estado.
O depoimento integra o inquérito sobre uma trama golpista na cúpula do governo de Bolsonaro, cujo sigilo foi retirado nesta sexta-feira (15.03) pelo pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes.
O militar afirmou que ele e Freire Gomes alertaram Bolsonaro de que o plano não seria consumado e recomendaram a desistência da ideia.
“Em uma das reuniões dos Comandantes das Forças Armadas com o então Presidente da República, após o segundo turno, depois de o presidente Jair Bolsonaro aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, o General Freire Gomes afirmou que se caso tentasse tal ato, teria que prender o Presidente da República”, afirmou Baptista Júnior.
Ainda segundo Baptista Jr, Freire Gomes desincentivou Bolsonaro a se valer de teses jurídicas estranhas para dar um golpe, como a decretação de estado de sítio, estado de defesa, ou Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Segundo relatório da PF, Baptista Jr. disse que, em reunião com Bolsonaro, ele próprio deixou claro que se opunha a qualquer plano golpista e que não havia mais possiblidade do então presidente permanecer no cargo.