A deputada federal Rosângela Moro (União Brasil), eleita por São Paulo em 2022, transferiu seu título eleitoral de volta para o Paraná. Ela alterou o registro eleitoral para Curitiba, o mesmo domicílio eleitoral do marido, o senador Sergio Moro (União-PR).
Com a transferência de domicílio eleitoral, seis meses antes de uma possível nova eleição ao Senado, Rosângela se posiciona como uma potencial candidata à vaga de Moro, no caso de sua cassação pela Justiça Eleitoral, capitalizando a influência política do ex-juiz em seu Estado natal.
Moro será julgado no dia 1º de abril pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná. O julgamento no âmbito de uma ação proposta pelo PL e pela coligação formada por PT, PCdoB e PV contra o senador, acusando-o de suposto abuso de poder econômico durante sua campanha.
As legendas alegam que Moro teria causado um desequilíbrio eleitoral, aproveitando-se de sua notoriedade nas atividades pré-campanha à Presidência para posteriormente concorrer ao Senado. Antes de disputar um cargo no Congresso, o ex-juiz havia anunciado sua candidatura à Presidência da República, desistindo posteriormente.
A sessão de julgamento estava inicialmente agendada para o início de fevereiro, mas foi adiada devido à espera pela nomeação de um sétimo membro para o colegiado. Além do dia 1º de abril, o tribunal também agendou os dias 3 e 8 para dar continuidade à sessão, se necessário.
Críticas - O Grupo Prerrogativas, formado por advogados progressistas, emitiu um nota denunciando a ação de Rosângela Moro (União-SP), que transferiu seu domicílio eleitoral de volta ao Paraná, visando uma possível candidatura ao Senado, diante de uma eventual cassação do mandato de seu marido, Sergio Moro (União-PR).
A acusação central é de estelionato eleitoral por Rosângela ter se candidatado em 2022, por São Paulo sem vínculos prévios com o estado. A nota, liderada pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, critica o que considera ser o cinismo e a hipocrisia do casal Moro, apontando para uma incessante busca pelo poder e falta de coerência pública.
O grupo destaca a intenção de tomar medidas legais contra o suposto estelionato eleitoral e enfatiza a necessidade de reformas legislativas para evitar que candidatos representem estados com os quais não têm conexão.
Confira a nota na íntegra:
“A notícia é verdadeiramente escandalosa.
O apetite e o apego que o casal Moro tem pelo poder só não é maior do que o cinismo e do que a hipocrisia com que ambos vem atuando na vida pública.
Desde o início, o grupo Prerrogativas procurou comprovar que a senhora Rosângela Moro havia cometido um estelionato eleitoral ao se candidatar por um estado com o qual jamais teve qualquer relação de afeto ou de intimidade.
O registro de sua candidatura deveria ter sido cassado, o que pouparia seus eleitores deste enorme constrangimento. Tomaremos providências.
Isso precisa ser corrigido na legislação. Ninguém deveria poder representar um estado e ter domicílio em outro. É uma grande contradição.”
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