O consumo de álcool causa cerca de 12 mortes por hora no Brasil, segundo dados divulgados nessa terça-feira (04.11) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O levantamento foi realizado pelo pesquisador Eduardo Nilson, do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin), que usou como base estimativas de mortes atribuíveis ao álcool feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e levou em consideração para o cálculo de custo um total de 104,8 mil mortes em 2019 no Brasil.
Segundo os dados, a partir das estimativas de consumo do mercado de bebidas, foi estimado que 104,8 mil brasileiros e brasileiras morreram por causas atribuíveis ao consumo de álcool em 2019. As mortes atribuíveis são significativamente maiores entre homens (90.028 mortes, ou seja, 86% das mortes), do que entre mulheres (14.762 mortes, equivalentes a 14% do total), em função das diferenças no consumo de álcool e nas causas de morte associadas.
Conforme o levantamento, grande parte das mortes são prematuras, de indivíduos com menos de 70 anos, representando 82,9% das mortes atribuíveis entre homens e 72,4% entre mulheres. Entre os homens, quase metade dos óbitos atribuíveis foi por doenças cardiovasculares e acidentes e violências. Já entre as mulheres, mais de 60% das mortes atribuíveis tiveram como causa doenças cardiovasculares e cânceres.
O consumo de bebidas alcoólicas representou um custo para o Brasil da ordem de R$ 18,8 bilhões em 2019, e que deste total, R$ 1,1 bilhão refere-se a custos federais diretos com hospitalizações e procedimentos ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os custos indiretos atribuíveis ao consumo do álcool, por sua vez, compreenderam R$ 17,7 bilhões e incluem as perdas de produtividade pela mortalidade prematura, licenças e aposentadorias precoces decorrentes de doenças associadas ao consumo de álcool, perda de dias de trabalho por internação hospitalar e licença médica previdenciária.
Dentro das estimativas indiretas está o custo previdenciário, que atingiu R$ 47,2 milhões em 2019. Do total, 78% (R$ 37 milhões) foram referentes aos gastos com o público masculino, enquanto 22% foram relacionados às mulheres (R$ 10,2 milhões).
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