Em seu depoimento à Polícia Federal (PF) para o inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a cúpula de seu governo, o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro Carlos Baptista Junior, citou a deputada Carla Zambelli (PL-SP). Ele contou que foi pressionado por Carla, em dezembro de 2022, a ficar “ao lado” do ex-presidente, o que ele entendeu como referência ao golpe.
O ministro do STF Alexandre de Moraes tirou o sigilo dos depoimentos à Polícia Federal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.
Segundo o depoimento, o encontro entre Carla e Batista aconteceu no dia 8 de dezembro, momento em que o brigadeiro afirmava já sofrer pressão de militantes bolsonaristas em suas redes sociais para realizar um golpe de Estado. Ele estava na Academia da Força Aérea, no interior de São Paulo, participando de uma cerimônia de formatura de novos oficiais.
Após a formatura, ele relata ter sido abordado pela parlamentar, afirmando que ele não poderia “deixar o presidente Bolsonaro na mão”. À PF, Baptista Júnior alegou ter dito em resposta que entendeu o que ela queria dizer, e que não admitiria “qualquer ilegalidade” proposta por ela.
Poucos dias depois, ao voltar à capital, informou o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, sobre a cobrança de Zambelli. O general respondeu ter recebido relatos semelhantes dos comandantes das outras forças.
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