O calibre 9 milímetros se destacou como a munição mais recadastrada por CACs após o decreto do governo Lula que reverteu as flexibilizações na compra de armas durante a gestão de Jair Bolsonaro. Os calibres 9 mm, .22 LR, 12 e .357 Mag lideram o ranking, conforme dados obtidos pelo UOL por meio da Lei de Acesso à Informação.
Conforme reportagem de Leonardo Martins do Uol, no período pós-decreto, 96,7% dos homens se recadastraram, e apenas 3% das mulheres. Profissões como administrador, comerciante, produtor agropecuário e motorista de caminhão são as mais comuns entre os recadastrados.
O recadastramento totalizou mais de 900 mil registros, referentes à CACs que adquiriram armas a partir de 7 de maio de 2019, quando Bolsonaro facilitou a aquisição.
O governo Lula determinou o recadastramento para controlar atiradores irregulares, transferindo a fiscalização da responsabilidade do Exército para a Polícia Federal.
Antes das mudanças de Bolsonaro, o calibre 9 mm era de uso restrito a policiais e Forças Armadas, mas se tornou mais acessível após o novo decreto. Essa munição multifuncional é preferida por sua adaptação em pistolas, carabinas e submetralhadoras, sendo também escolha frequente no crime organizado devido à sua versatilidade e custo mais baixo.
O pesquisador de segurança pública, Roberto Uchôa, destaca que a restrição de certos calibres busca combater a facilidade de aquisição de armas de fogo, enquanto o certificado de registro para CACs se tornou uma alternativa para adquirir armas legalmente. Entretanto, isso impactou negativamente os atiradores esportivos, sujeitos a regras mais restritivas.