O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília, após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), em fevereiro de 2024, e ter seu passaporte retido pelas autoridades.
Segundo reportagem do jornal norte-americano New York Times, o ex-presidente foi para embaixada quatro dias após entregar passaporte. Ele teria chegado ao local na noite de 12 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval, acompanhado de dois seguranças, segundo a publicação.
As imagens de câmeras de segurança da embaixada divulgadas pelo NYT mostram o ex-presidente encontrando o embaixador Miklos Tamás Halmai.
Orientação para trabalhar em casa
A publicação diz que os funcionários foram orientados a não trabalharem presencialmente. De acordo com uma fonte anônima citada pelo jornal, no dia 14 de fevereiro, os funcionários, que deveriam voltar ao prédio no dia seguinte ao feriado de Carnaval, foram orientados a passar o resto da semana trabalhando de casa. Ninguém foi informado sobre o motivo da orientação.
"Asilo político"
Segundo o NYT, a fonte em condição de anonimato afirmou que a equipe da embaixada tinha o plano de abrigar o ex-presidente, dando indícios de "asilo político". Caso um pedido de prisão fosse feito contra Bolsonaro, ele não poderia ser preso dentro da embaixada, onde há inviolabilidade diplomática.
O que diz Bolsonaro
A defesa do ex-presidente confirmou que o ex-presidente passou dois dias na Embaixada da Hungria "para manter contatos com autoridades do país amigo". "Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, Bolsonaro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações", diz a nota.
Entenda
Bolsonaro e outras 19 pessoas ligadas a ele entregaram o documento à PF em 8 de fevereiro. A entrega foi feita por medida cautelar referente à operação que investiga o grupo que tentou dar um golpe Estado após as eleições.