A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações na investigação que apura a falsificação de cartão de vacina contra a Covid-19.
Além de Bolsonaro, outras 16 pessoas também foram indiciadas, sendo elas: o coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República, Mauro Cid; Gabriela Santiago Cid (esposa da Mauro Cid); o deputado federal Gutemberg Reis de Oliveira (MDB-RJ); Marcelo Costa Câmara (assessor especial de Bolsonaro); Max Guilherme Machado de Moura (assessor e segurança de Bolsonaro); Sergio Rocha Cordeiro (assessor e segurança de Bolsonaro); o sargento do Exército Luis Marcos dos Reis; o médico Farley Vinicius Alcântara (usado de ter emitido cartão falso de vacina para a família de Cid); Eduardo Crespo Alves (militar); Paulo Sérgio da Costa Ferreira; Ailton Gonçalves Barros; Marcelo Fernandes Holanda; Camila Paulino Alves Soares (enfermeira da Prefeitura de Duque de Caxias); João Carlos de Sousa Brecha (então secretário de Governo de Duque de Caxias); Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva (servidora de Duque de Caxias); e Célia Serrano da Silva.
Mauro Cid ainda foi indiciado por uso indevido de documento falso.
Em 03 de maio de 2023, Bolsonaro foi alvo de buscas e apreensões e teve o seu celular apreendido no âmbito da Operação "Venire" por suposta fraude no cartão de vacina. As investigações foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Sobre a fraude, a Polícia Federal apontou que os suspeitos inseriram dados vacinais falsos sobre Covid-19 em dois sistemas exclusivos do Ministério da Saúde: o do Programa Nacional de Imunizações e da Rede Nacional de Dados em Saúde. As fraudes teriam ocorrido entre novembro de 2021 e novembro de 2022.
As investigações apuraram que o objetivo era emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas e, assim, permitir acesso a locais onde a imunização é obrigatória.
Além disso, verificou-se que a inserção de informações falsas quanto à vacinação pretendia “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".
No inquérito apontou ainda que foram forjados dados de vacinação de pelo menos sete pessoas, sendo elas a do ex-presidente Jair Bolsonaro; a filha de Bolsonaro, hoje com 13 anos (à época, com 12); Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; e a mulher e as três filhas de Mauro Cid.
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Outro Lado – O advogado de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, por meio de uma rede social, limitou-se a dizer que é lamentável a Polícia Federal divulgar tal informação por meio da imprensa.
Vazamentos continuam aos montes ou melhor aos litros.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 19, 2024
É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial. pic.twitter.com/d4WeulpgYc