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Entrevista da Semana Sábado, 31 de Agosto de 2024, 15:00 - A | A

Sábado, 31 de Agosto de 2024, 15h:00 - A | A

Jogos 2028

Centro de Referência de VG treina atletas para os Jogos Paralímpicos de Los Angeles

Trapp cita Ana Beatriz Antenor de apenas 15 anos, como grande potencial

Gislaine Morais/VGN

O início dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 intensifica a expectativa dos paratletas de Várzea Grande, que já miram a próxima edição, prevista para Los Angeles em 2028. Desde 2023, a cidade tem se destacado como um verdadeiro centro de transformação no esporte adaptado, com o polo do Centro de Referência Paralímpico no Ginásio Poliesportivo “Júlio Domingos de Campos” (Fiotão).

Em entrevista ao , Altemir Trapp, supervisor externo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), explicou que o polo em Várzea Grande foi criado inicialmente com o objetivo de promover a inclusão de crianças e jovens. No entanto, o projeto evoluiu, passando a oferecer também perspectivas de treinamento e formação de atletas de alto rendimento.

Entre os 120 atletas, Trapp cita Ana Beatriz Antenor de apenas 15 anos, como grande potencial para representar a cidade industrial em 2028. A adolescente que nasceu com uma síndrome rara, conhecida como "ossos de vidro", pratica tênis de mesa.

Confira entrevista na íntegra:

VGN – Supervisor como surgiu o Centro de Referência Paralímpico Fiotão? Como as famílias interessadas podem inscrever os alunos?

Altemir Trapp – A ideia surgiu há dois anos após a participação um evento voltado para pessoas com deficiência. Identificamos a necessidade de desenvolvê-la em nossa região. O projeto foi apresentado ao superintendente na época Jadir Pereira e abraçado pelo prefeito Kalil Baracat e pelo secretário de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Silvio Fidelis. As famílias interessadas podem procurar a equipe responsável diretamente no Ginásio Fiotão. Alguns de nossos atletas chegaram por meio do boca a boca, comunicação entre pais, amigos e os próprios alunos. 

VGN – Quantos atletas o centro atende, qual a faixa etária e público?

Altemir Trapp – Atendemos crianças e jovens de 7 a 24 anos, sendo que dos 7 aos 17 são alunos em fase inicial e a partir dos 17 aos 24 anos, trabalhamos alto rendimento. Atendemos alunos com deficiência visual, deficiência física, deficiência motora, deficiência intelectual (leve).

Atualmente são 150 jovens atendidos, sendo que menos cinco deles são destaques dentro e fora do Brasil. O interessante é que 90% dos atletas que se destacam atualmente nunca tinham tido nenhuma oportunidade no esporte até integrarem o Centro Paralímpico.

VGN - Quais atividades recreativas destinadas aos jovens PCDs (físico e intelectual)? E como é realizado o treinamento destes atletas?

Altemir Trapp – Os atletas participam de esportes como golbol, atletismo, natação, bocha, arremesso de peso e tênis de mesa. Os treinamentos ocorrem diariamente em dois períodos sendo divididos em treinos na pista de atletismo e natação na Universidade Feederal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá e no Fiotão com treinos de bocha, tênis de mesa, badminton, e natação iniciação no João Ribeiro, em Várzea Grande.

VGN – Pode nos dar um exemplo qual modalidade um atleta com deficiência visual pode participar e também um atleta com deficiência intelectual?

Altemir Trapp – O Atletismo e a Natação podem ser praticados tanto por um atleta com deficiência visual como intelectual. No Atletismo as provas são realizadas na pista, campo e rua, sendo praticado por ambos os sexos. Há provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos. Cada uma conta com suas disputas específicas.

Na Natação somente atletas a partir dos 14 anos. As adaptações são feitas nas largadas, viradas e chegadas. Por exemplo, s nadadores cegos recebem um aviso do tapper, por meio de um bastão com ponta de espuma quando estão se aproximando das bordas. As baterias são separadas de acordo com o grau e o tipo de deficiência.

Já o Goalball, ao contrário de outras modalidades paralímpicas, foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência visual. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso deve ser rasteiro ou tocar pelo menos uma vez nas áreas obrigatórias.

Mas também temos outras modalidades que atletas com deficiência visual como intelectual podem participar.

VGN – Quantos professores o Centro de Referência possui hoje e contam com o auxílio de outros profissionais?

Altemir Trapp – Atualmente estão envolvidos mais de 50 profissionais da Secretaria de Educação do município de forma rotativa entre as atividades. Além desses profissionais também contamos com o apoio de fisioterapeuta esportivo.

VGN – O Centro de Referência conta com suporte financeiro da Prefeitura ou de outros parceiros? Esses atletas recebem auxílio ou bolsa atleta?

Altemir Trapp – Há uma cooperação entre o Governo, o Comitê Paralímpico Brasileiro e a Prefeitura de Várzea Grande. O Comitê fornece materiais esportivos, professores especialistas de modalidades e uniformes. O Estado fez a aquisição de um micro-ônibus que auxilia no transporte de treinamento, assim como no fornecimento de passagens aéreas para as competições.

Em relação ao auxílio ou bolsa, os atletas que conquistam resultados são contemplados com o bolsa atleta nas esferas estaduais e municipais.

VGN – Alguns desses atletas já participaram de competições fora do Estado de Mato Grosso? Se sim onde foi? Possui agenda para um próximo jogo fora?

Altemir Trapp – Sim. Este ano já tivemos atletas que participaram de competições em Goiânia e Brasília. Vale ressaltar que recente os Jogos Estaduais Paralímpicos ocorreram em Várzea Grande entre os dias 27 a 30 junho, onde vários atletas do Centro de Referência se classificaram para a próxima fase que é o Nacional, nas modalidades atletismo, natação, bocha, tênis de mesa entre outros.

Nossa próxima grande competição serão os Jogos Escolares, fase Nacional que acontecerá de 24 a 30 de novembro de 2024 em São Paulo.

VGN - Estamos no ano dos jogos Paraolímpicos Paris 2024. O senhor enxerga para 2028 algum atleta de Várzea Grande competindo em Los Angeles?

Altemir Trapp – Sim, temos grandes expectativas que atletas do Centro de Referência possam participar dos próximos jogos Paralímpicos. Ana Beatriz Antenor, 15 anos, tem grande potencial para representar a cidade em 2028. Ana nasceu com uma síndrome rara, conhecida como os ossos de vidro, pratica tênis de mesa.

Ana Beatriz, campeã brasileira de Tênis de Mesa, foi convocada para a seleção brasileira juvenil da modalidade. Ela chegou ao Centro de Referência Paralímpico de Várzea Grande por indicação de uma amiga, que é aluna de natação.

No atletismo, o Centro apresentou ao Brasil Isabela Stropa, 13 anos, recordista brasileira de arremesso de peso para atletas com deficiência física na faixa etária estudantil. Ainda no atletismo, Nicole Mayume, 12 anos, é recordista brasileira no salto em distância para deficientes visuais na faixa etária estudantil.

Uma experiência muito feliz, de muito treinamento. É um treinamento detalhado e exige muita força.

VGN - Nestes jogos Paraolímpicos Paris 2024 tem alguns atletas mato-grossenses. Pode falar um pouco sobre eles?

Altemir Trapp – Sim, dois atletas representam Mato Grosso, sendo eles a Erika Chagas e o Arthur Cavalcante, ambos do Judô, entretanto não tem a naturalidade do Estado. Eles atuam com o Instituto dos Cegos do Estado de Mato Grosso, que é uma instituição parceira do nosso projeto. Os dois atletas têm totais condições de obterem medalhas durante os jogos.

VGN - Na sua opinião, como os Jogos Paralímpicos têm impactado a inclusão de pessoas com deficiência no esporte e na sociedade em geral?

Altemir Trapp – Vejo que os Jogos Paralímpicos são fundamentais para a popularização do esporte para pessoas com deficiência e inspiração para que mais pessoas venham se beneficiar por ele.

VGN - Como se sente hoje no meio desses atletas?

Altemir Trapp – Me sinto lisonjeado em fazer parte de um projeto transformador e contribuir diretamente na inclusão social.

 

 

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