Em apenas sete meses após o crime que vitimou nove pessoas na Gleba Taquaruçu do Norte, zona rural de Colniza (a 1.065 km de Cuiabá), o Poder Judiciário de Mato Grosso realiza a primeira etapa do julgamento de quatro acusados pela chacina nesta segunda-feira (27.11). São eles: Pedro Ramos Nogueira, Paulo Neves Nogueira, Moisés Ferreira de Souza e Valdelir João de Souza – este o suposto mandante.
O juiz Ricardo Frazon conduz o processo, que terá sua primeira audiência de instrução e julgamento na referida data, no Fórum de Colniza. Nesta primeira etapa os réus ainda não são levados à júri popular, pois o juiz precisa reunir elementos de acusação e defesa para certificar a atribuição de crimes contra a vida, cujos julgamentos são feitos exclusivamente pelo Tribunal do Júri.
Estão arroladas oito testemunhas de acusação, dentre elas policiais militares que atenderam a ocorrência e moradores da gleba.
A expectativa do magistrado é ouvir todas as testemunhas, bem como os peritos do crime, a acusação do Ministério Público Estadual e a defesa dos réus. É provável que o acusado Pedro Ramos Nogueira seja interrogado ainda nesta audiência. Já Paulo Neves Nogueira e Moisés Ferreira de Souza serão ouvidos por carta precatória em Rondônia, onde estão detidos. Isso significa que um juiz rondoniense irá colher o interrogatório dos réus e anexá-lo ao processo que corre na Comarca de Colniza.
O réu Valdelir João de Souza está foragido, mas seu advogado Léo Antônio Fachin irá representá-lo na audiência.
Espera-se que 60 moradores da comunidade onde a chacina ocorreu compareçam à audiência, na expectativa de acompanhar a resposta célere do Poder Judiciário ao crime que chocou o Estado e foi destaque nacional no que tange à violência por disputa de terras.
De acordo com a tenente Ana Dimedice Scariotti, responsável pelo comando da PM no município, foram empenhados 20 policiais para garantir a segurança dos envolvidos no processo, bem como de todas as pessoas presentes no Fórum.
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