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Cidades Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2012, 16:25 - A | A

Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2012, 16h:25 - A | A

Relembrando o Passado: João Cassiano Botelho, o “Bugrelo”, parte da história de VG

João Cassiano “Bugrelo” Botelho, conhecido também como “Fufú de Veado” marcou a história de Várzea Grande

Pulula da Silva especial VG Notícias

*por Pulula da Silva – VG Notícias

Nesta semana que antecede os festejos natalinos, Pulula da Silva, por meio do VG Notícias, presta uma homenagem a João Cassiano Botelho, o “Bugrelo”, nome mais famoso entre moradores do Beco do Porrete, local predileto para que os fofoqueiros da Cidade Industrial colocassem em dia os fuxicos sobre tudo que acontecia no município.

Na Casa de Comércio Secos & Molhados do Bugre eram realizadas as reuniões - e por lá passavam políticos, desportistas, enfim, pessoas que não tinham o que fazer como disse Wilson Pires, atual subsecretário de Comunicação da Prefeitura de Várzea Grande.

O ex-vereador Enio Caldart, conforme o jornalista Pires transformou a Travessa Aquidaban, para Rua João Cassiano Botelho, o Beco do Porrete, que no passado era conhecida também como Feira do Peixe. Bugre comentava orgulhoso que era primo da famosa modelo Luiza Brunet, o que não foi confirmado, e também de ser o maior marcador do artilheiro Bife no futebol mato-grossense, sendo essas mais umas das suas histórias, como disse o filho Paulo Botelho, que no passado, final da década de 60, chegou a jogar nas categorias de base, o Infantil do Operário “Chicotinho”, alusão à “Chicote da Fronteira”, como era o chavão do tricolor mais querido de Mato Grosso.

1º Comércio - João Cassiano “Bugrelo” Botelho, conhecido também como “Fufú de Veado”, era de Nossa Senhora do Livramento, nascido em 3 de agosto de 1935, e chegou em Várzea Grande em 1958, onde adquiriu sua primeiro comércio, comprada do empresário Antonio Nassarden, que era situada na Rua Benedito Monteiro, na antiga residência de Dona Matilde, em frente a entrada principal da extinta Sede Social do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, esquina com a avenida Couto Magalhães, próximo ao Banco Bradesco, e extinto Bar do Satú.

Família - Em 1958, segundo informou sua família, começou a namorar a jovem Nildes Magalhães, pertencente a tradicional família Magalhães, moradores da Praça Aquidaban, em Várzea Grande. No ano seguinte, em 09 de janeiro, se casaram - e desta união, nasceram os filhos Lenise, Ivan e Paulo Botelho, que lhe deram quatro netos, Karolina, Kalil, Lucas e Aline.

Mudança – No passado, conforme contam antigos moradores, o ponto de encontro das tradicionais famílias várzea-grandense eram na Praça Aquidaban, na avenida Couto Magalhães, esquina com a travessa Aquidaban , hoje o Beco do Porrete, que na época abrigava também a Feira do Peixe. Por lá, os Nogueiras, Tavares, Virgínio, Mussas, Benedito Sapateiro e outros.

No início de 1961, em 10 de janeiro, João Cassiano Bugrelo mudou – se para o Beco, montando ali seu Comércio, e a clientela adorava o jeito alegre e bonachão do mais novo morador do local. A família, apesar do fim da Casa Comercial, permanece até hoje por lá, e a viúva, dona Nildes Magalhães e os filhos gostam de relembrar com alegria os causos e prosas do velho e inesquecível Bugre.

Folclórico - Os amigos do passado comentam que no Comércio do Bugrelo não tinha lugar para tristeza, e ele, o “Fufú de Veado”, folclórico como ele só, era o responsável pela retreta, a transformação do ambiente. Sempre com a camisa desabotoada, apenas abotoava dois botões quando tinha que cumprir alguns compromissos, como votar, igreja, assuntos comerciais e transações bancárias.

Bronca - Entre os “causos” engraçados do Bugrelo, conforme os dados  passados pelo jornalista Wilson Pires, confirmado pela família durante a entrevista, conta que ele foi padrinho de casamento de Pires, que andou “pisando na bola” no início da vida de casado, e foi repreendido pelo padrinho: “Olha aqui “seo” Wilsinho, cria juízo, pois da maneira que você vem agindo, o melhor será nós irmos no Cartório e na Igreja Católica para que meu nome seja retirado como seu padrinho”.

Marcador de Bife - Bugrelo gabava-se de ser o único zagueiro a marcar com categoria Bife, artilheiro e ídolo maior da torcida mato – grossense de todos os tempos. Em vida, entrevistado por mim (Pulula) em uma matéria especial para o jornal Correio Várzea-grandense, comentou orgulhosamente, seus embates nas “peladas” e amistosos quando era escalado para marcar o artilheiro Bife.

“Marcava em cima, sem fazer uma falta sequer, e ainda saia jogando no apoio ao ataque. Era ele que tinha que correr atrás de mim”, vangloriava após as partidas jogadas no amadorismo.

Apelidos - Gozador como ele só, arranjava apelidos para todos que participavam da roda composta por mentirosos. “Eu era adolescente, mas me lembro de como essa turma juntamente com meu pai dava um show de mentiras nos caçadores e pescadores da época, que eram café pequeno diante dos casos que meu pai contava”, disse o filho Paulo Botelho.

Dos dados nos enviado pelo Pires, descobrimos apelidos de várias personalidades da Cidade Industrial, entre eles, o falecido político Nico Baracat, que era o “Cinco Cuecas e Vitório”. Na sequência, “Não Convém”, era o fotógrafo André Mattos, da extinta Foto Muito Bom, e ainda “Porção”, como era chamado o ex- zagueiro do Operário, Luiz Carlos Mirim. Tem ainda “Cheira Tempo e Rabada, com Ailton Pires”, “Nariz de Tucano”, que era o César Tucano, e tinha também o Mané Morto, Mané Vivo, Jornal das Sete, Voz do Brasil, Subaco ( Bié), Martelão e Quibaça  (Jorginho), Tuiuiu, Lagoa ( Jorginho Mussa), Cadeira de Cachorra, apelido que ele colocou no empresário e político Jamim Arruda.

Alegria no Funeral - Ontem (18.12), completa 13 anos que o Beco do Porrete ficou triste, e nunca mais foi o mesmo com o falecimento de João Cassiano Botelho, o Bugrelo, personagem mais ilustre da rua e uma marca na história de Várzea Grande.

O jornalista Wilson Pires, subsecretário da Secom de Várzea Grande, colaborador importante nesta retrospectiva, esteve no velório e sepultamento do folclórico Bugrelo, eterno Rei do Beco do Porrete.

Pires contou que durante o velório realizaram o desejo de Bugrelo, que era de não ter choro, tristeza, e sim, muita alegria. “Os amigos e admiradores fizeram questão de caminhar lado a lado da Funerária Santo Antonio até o Cemitério São Francisco de Assis, contando causos e prosas na despedida de uma parte alegre que só conquistou amizades por onde andou”.

Confira abaixo as legendas

 

Foto 02 - Casamento de Bugrelo e Nildes em 1959

Foto 03 - Bugrelo, Nildes e parentes em 1958 no início do namoro

Foto 04 - Reunião com amigos nos anos 60. Na foto, Délio, Bié Sovaco, Bié Ringo, Gonçalo, Maria Cesarina, Xixo, Dona Nenê de Apolônio, Maria de Xixo e outros

Foto 05 - Familiares de João Cassiano Bugrelo nos anos 60

Foto 06 - No início dos anos 60 a filha Lenise posava na Praça Aquidaban. Atualmente no local estão instalados os bancos Bradesco e Santander. No fundo a residência da família de Miguel Baracat

Foto 07 - Mais um encontro de caçadores e pescadores "mentirosos" na história de Bruguelo

Foto 08 - Família de Lulu Magalhães e Dona Leonida em mais um encontro entre parentes

Foto 09 - Bodas de Prata de Bruguelo e Dona Nildes na Igreja Nossa Senhora do Carmo

Foto 10 - Fachada da Casa de Comércio do Bugrelo no Beco do Porrete

Foto 11 - Bugrelo e os sobrinhos Edson e Sid Botelho

Foto 12 - Casamento da Filha Lenise com Francisco Carlos

Foto 13 - Batizado da netinha Karoline. Na foto o papai Paulo Botelho

Foto 14 - O vovô coruja Bugrelo com os netos Karolina, Kalil e Lucas em Tangará da Serra

Foto 15 - O falecido Padre Luiz Guizonni foi um grande amigo de Bugre no passado

Foto 16 - A família de Bugrelo sempre participou de campanhas de solidariedade aos mais necessitados

Foto 17 - O veterano zagueiro Bugrelo gabava - se de ser o melhor marcador do artilheiro Bife

Foto 18 - Infantil do Operário em 1967. EM PÉ: Air, Lula, Augusto Roberto, Jango, Manoel Revellis e Eduardo. AGACHADOS: Jorginho Mussa, Paulo ( Filho de Bugrelo), Jair Bala, Azoir, Jamir, Azonil e Jovair

Foto 19 - O prefeito Carlos Gomes presta homenagem a João Cassiano "Bugrelo" Botelho em 1990

Foto 20 - - As crianças Klebinho ( Ótica Nogueira) e Vitor, filho do vizinhos Inês e Luiz Carlos Mirim, ex- zagueiro do Operário

Foto 21 - Já adoentado, Bugrelo se mantinha firme ao lado da esposa Nildes Magalhães.

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