“Hoje eu acredito que exista sim o direito de um recomeço para todos, de uma vida com mais dignidade”, assim externou Dona Maria Josefina da Silva, 56 anos, uma das 100 pessoas que conseguiu sobreviver por quase três anos alojada no Ginásio Valdir Pereira, no bairro Mapim, em Várzea Grande.
Há quase três anos, mais de 100 famílias sem ter um lugar para morar e sem dinheiro para pagar um aluguel, invadiram o inacabado Residencial Colinas Douradas II, no entanto, após alguns dias, por uma decisão da Justiça Federal, essas pessoas foram despejadas do local e se refugiaram no ginásio.
Ao longo do tempo algumas famílias conseguiram restabelecer-se, o que não foi o caso da dona Maria. Ela, a filha e o neto permaneceram no espaço, até que por meio de um acordo extrajudicial intermediado pelo Ministério Público Estadual (MPE), em maio deste ano, a Prefeitura anunciou que pagaria para as 23 famílias sobreviventes o Aluguel Social, no valor de R$ 600 reais pelo período de 12 meses.
Nessa sexta-feira (28.09), a reportagem do 
, visitou o novo lar da dona Maria, e emocionada ela disse que o Aluguel Social foi a melhor “coisa” que o prefeito Kalil Baracat (MDB) poderia ter feito por aquelas famílias, que segundo Josefina, dormiam quase no relento, dividiam um único banheiro, sofriam com a chuva, além de estarem expostas a doenças por causa dos pombos.
Dona Maria não escondeu a alegria ao contar que ela e algumas parentes que também estavam no ginásio, foram as primeiras a levantarem o dedo e aceitar a proposta do prefeito. Para ela, foi com certeza a esperança de dias melhores, um novo recomeço, a chance de voltar a viver com dignidade e voltar a conviver com a sociedade sem ser vista com maus olhos.
“Antes, até mesmo arrumar um serviço era difícil, pois se deixássemos nosso barraco, até fezes humana encontrávamos, isso quando não sumia as coisas. Hoje não mais, agora temos um teto seguro, podemos sair com tranquilidade e com a certeza que quando voltarmos, tudo vai estar no lugar”, desabafou.
Questionada como seria seu dia a dia, dona Maria disse que hoje moram na casa, ela, o neto e a filha gestante, mas, em alguns dias, leva a mãe cadeirante para cuidar, além da irmã com deficiência visual. Dona Josefina contou, ainda, que consegue conciliar a rotina com os benefícios propostos pela Secretaria de Assistência Social, como participar dos cursos de crochê e pintura no vidro, o que segundo ela, tem ajudado muito.
Ela agradeceu esses últimos quatro meses de uma vida melhor ao prefeito Kalil e também a dona Benedita do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Jardim Glória, que nunca deixou de dar assistência, e leva todos os meses cestas básicas.
Ainda no mesmo quintal da casa da Dona Maria, moram Taisa Carla de Almeida Santana, com seus dois filhos e Jucilene com seus quatro filhos. Mães solteiras, Taisa e Jucilene contaram ao que também estão aproveitando as oportunidades oferecidas pela Secretaria, sendo que Taisa já terminou o curso de sobrancelha e manicure e Jucilene de manicure, onde realizaram na Casa de Sarita, situada na avenida Arthur Bernardes.
Ao serem indagas qual seria o maior sonho das três chefes de família, que têm a consciência que daqui a 8 meses não contaram mais com ajuda do Aluguel Social, sem hesitar, ambas responderam que acreditam numa estabilização financeira para o sustento da família, mas também não hesitaram em afirmar que sonham em ser sorteadas em um dos programas do Minha Casa Minha Vida. Segundo Dona Maria, assim que abrirem as inscrições para o Residencial Colinas Douradas II, serão com certeza umas das primeiras a realizarem o cadastro.
“Deus tem sido maravilhoso com a gente e não podemos parar de sonhar com dias melhores, então eu tenho fé que podemos ser sorteadas ainda com uma casinha. Com certeza seria a melhor coisa, sermos dona do nosso próprio teto, e ainda poder dar uma vida melhor para nossos filhos e netos. Eu só tenho a agradecer o que o prefeito e toda equipe da Secretaria de Assistência Social e o CRAS fez por nós, não temos palavras para externar o que estamos sentindo hoje”, concluiu emocionada Dona Maria Josefina.
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