A Polícia Civil de Várzea Grande irá abrir inquérito para apurar se a suposta organização criminosa, chefiada pelo empresário Fernando Silva da Cruz, acusada de aplicar golpes por meio de empréstimos fraudulentos contra idosos fez vítimas no município. A informação consta em decisão do juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, proferida nessa segunda-feira (05.09).
Conforme o magistrado, a atuação da suposta quadrilha em Várzea Grande e em outros municípios foi verificada no relatório final da investigação da Polícia Civil, e a análise dos aparelhos e equipamentos eletrônicos apreendidos dos acusados pode identificar novas vítimas das mesmas condutas delituosas em outras localidades.
“Analisando detidamente os autos, verifica-se que assiste razão à autoridade policial, uma vez que, conforme pontuado no Relatório Final, no decorrer das investigações surgiram indícios de prática das mesmas condutas delitivas pela organização criminosa em desfavor de vítimas domiciliadas em outros Municípios do Estado de Mato Grosso e também em outros Estados da Federação. Além disso, é possível que, com a análise dos aparelhos e equipamentos eletrônicos apreendidos, sejam identificadas ainda novas vítimas das mesmas condutas delituosas em outras localidades, tornando necessário o compartilhamento de provas a fim de possibilitar a apuração dos fatos praticados pela organização criminosa em toda a sua extensão”, diz trecho da decisão.
Além de Várzea Grande, a Polícia Civil vai apurar se a quadrilha fez vítimas nos municípios de Tangará da Serra, Barra do Garças e Jussara, em Goiás.
A Denúncia
Consta dos autos que Fernando e outras 10 pessoas foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro por aplicar golpes em 30 aposentados em Cuiabá, causando prejuízo de mais de R$ 1,5 milhão em 30 aposentados em Cuiabá. A ação penal é oriunda da Operação Antenados, deflagrada em agosto deste ano.
Segundo a Polícia Civil, o grupo utilizava um programa do Governo Federal, denominado Siga Antenado, para ir às casas dos idosos e obter seus dados. Com documentos e fotos das vítimas em mãos, eles contraíam empréstimos bancários em nome das vítimas, que, além de 'não ver a cor do dinheiro', tinham parte de suas aposentadorias descontadas para pagar a dívida contraída pelos golpistas.
Somente em Cuiabá, foram identificadas 30 vítimas, todas idosas entre 60 e 75 anos.
Por meio das investigações, a Polícia Civil conseguiu suspender os descontos indevidos que eram realizados nos benefícios previdenciários de 30 vítimas, que estavam enfrentando dificuldades financeiras em virtude do não recebimento integral de seus benefícios.
O escritório de golpes era sediado em uma empresa localizada na avenida Mato Grosso, em Cuiabá, pertencente ao líder da organização criminosa.
Além de Fernando Silva, constam como investigados João Paulo Alce da Silva, Gelson Batista Tamborim, Jessica Batista Tamborim, Diego Rodrigues Assunção, Evanessa Fantacholi, Euller Rodrigues Assunção Junior, Thalita Cristina Rocha, Thais Cristina Rocha, Iara Iasmim Pires dos Santos e Juliana Cristina de Toledo Rosa.
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