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VGNJUR Sábado, 11 de Janeiro de 2025, 18:00 - A | A

Sábado, 11 de Janeiro de 2025, 18h:00 - A | A

após ser eleita

Flávia Moretti tentou receber dívida falsa de R$ 525 mil e administrador judicial apontou crime

Administrador judicial da empresa Mogno enxergou crime de habilitação ilegal de crédito

Lázaro Thor/VGN

A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), firmou um acordo para receber R$ 35 mil de dívidas trabalhistas com a empresa Mogno Africano Investimentos Florestais Ltda, que possui dívidas de R$ 12 milhões. O acordo foi firmado no dia 10 de outubro de 2024, quatro dias após Moretti ser eleita.

Ao entrar com recuperação judicial, a empresa alegou possuir duas dívidas com Moretti, uma de R$ 75.600,00 de natureza trabalhista em razão de contratos advocatícios com a empresa, e outra no valor de R$ 525 mil, em razão de honorários sucumbenciais. O acordo foi firmado apenas sobre a dívida de R$ 75,6 mil. No segundo caso, o administrador judicial enxergou crime de habilitação ilegal de crédito (art. 175 da Lei 11.101/2005) por entender que a dívida não existia. Veja mais no decorrer da reportagem.

Ao negociar a dívida validada, o escritório de Flávia aceitou reduzir o valor da dívida para R$ 37.800,00, a serem pagos em 10 parcelas mensais de R$ 3.780,00, com vencimento a partir de novembro de 2025.

VG Notícias

Moretti crédito falso

 

Credora denunciou suspeitas envolvendo Moretti

Em dezembro de 2022, com o processo de recuperação judicial em andamento, uma credora da empresa contestou a presença de Flávia Moretti e sua sócia, Gisele Gaudencio, na ação judicial. Segundo a requerente, há possibilidade de ter ocorrido conflito de interesses na recuperação judicial.

Segundo Elive Pereira Reis, a recuperação judicial foi feita em sigilo, o que seria indevido e, além disso, Gisele é esposa de um dos sócios da Mogno Africano Investimentos Florestais Ltda. A credora também citou que as duas advogadas atuaram juntas em processos defendendo a empresa.

"É sabido que a Lei de Falência não proíbe a habilitação de eventual cr[edito de sócio controlador, mas no presente caso, são vários sócios e também constam como credoras as advogadas da empresa recuperanda, sendo que à dra. Flávia Moretti é credora em mais de R$ 525.000,00 além dos honorários do escritório Moretti e Gaudêncio do qual é sócia.", diz trecho do pedido de Elive.

Adminsitrador judicial negou existência da dívida

Segundo informou Moretti e a empresa Mogno, a dívida de meio milhão seria referente a sentença proferida na ação de rescisão n° 10173-84.2017.811.0041. Na avaliação do administrador judicial, no entanto, a dívida não pertence a empresa Mogno.

"Ocorre que as referidas verbas sucumbenciais, na proporção de 70%, são devidas pela parte sucumbente, no caso pelas empresas IRN e STM que figuram como parte Ré na aludida ação de rescisão, e não pela Recuperanda (Mogno) que figurou como Autora e foi representada pela Sra. Flávia", diz trecho do parecer do administrador.

Segundo o adminsitrador judicial, o fato pode configurar como crime de habilitação ilegal de crédito (art. 175 da Lei 11.101/2005).

Dívida trabalhista

Segundo a empresa Mogno, os honorários do primeiro contrato com Moretti (ação de rescisão de R$ 100.000,00), até dezembro de 2017, estariam pendentes o valor de R$ 10.000,00, que atualizado perfaria o total de R$ 12.120,00.

Dos honorários do segundo contrato (ação monitória de R$ 50.000,00), o valor devido atualizado seria de R$ 63.024,00 (sessenta e três mil e vinte e quatro reais). Assim, conforme a empresa, o valor total dos dois contratos remontaria em R$ 75.144,00, que atualizado até o pedido de recuperação judicial seria R$ 75.600,00 (setenta e cinco mil e seiscentos reais).

Este passivo, diferente do anterior, foi validado pelo administrador judicial e mantido, o que resultou no acordo feito com o escritório e a empresa.

Advogada e prefeita

A reportagem do também revelou que atuação do escritório de advocacia de Moretti foi intensa no período em que ela foi eleita prefeita de Várzea Grande. A nova prefeita foi nomeada advogada, logo após a eleição, em um processo em que seu cliente deve receber R$ 140 mil do município de Várzea Grande.

Ao assumir a Prefeitura, Moretti anunciou cortes de até 40% nas folhas de pagamento para que pudesse arcar com os pagamentos de precatórios, em razão de uma determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Outro lado

A reportagem do entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeita, que informou que Flávia Moretti não responde processos judiciais em andamento. "E Desde que tomou posse subestabeleceu todos os seus processos", diz trecho da nota.

Leia mais: Após ser eleita, Moretti é nomeada advogada de cliente que vai receber precatório de R$ 140 mil do município

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