Em uma decisão unânime, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) transformou a deputada federal Carla Zambelli (PL) e o hacker Walter Delgatti em réus. A decisão foi tomada nessa terça-feira (21.05) e se refere à invasão e adulteração de sistemas do Poder Judiciário, incluindo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os réus são acusados de inserir 16 documentos falsos nos sistemas judiciais, entre eles, um mandado de prisão falsificado contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, expedido por ele próprio.
A ministra Cármen Lúcia criticou as ações dos acusados durante a sessão. Em suas palavras, ela expressou preocupação com a falta de inteligência nas ações criminosas. “Eu começo a me preocupar não só com a inteligência artificial, mas com a desinteligência natural de alguns”, afirmou. Ela ironizou a situação ao destacar a gravidade e a incoerência dos atos cometidos, comparando-os a um “salto triplo carpado criminoso impressionante”.
Cármen Lúcia sublinhou a falta de lógica nos atos dos réus, questionando como alguém poderia pensar que falsificações tão óbvias passariam despercebidas. “Porque aí Vossa Excelência se autoprender por uma falsificação num órgão que é presidido por um colega de Vossa Excelência é um salto triplo carpado criminoso impressionante. ”
O ministro Alexandre de Moraes, alvo de uma das falsificações, destacou a falta de discernimento dos envolvidos e foi ainda mais direto em sua avaliação. “Vossa Excelência, sempre muito educada, disse a desinteligência natural. Eu chamaria "burrice" mesmo, natural. E achando que isso não fosse ser descoberto”, disse Moraes, endossando a crítica da ministra.
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