A Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti, pelos crimes de invasão a dispositivo informático do Judiciário e falsidade ideológica. O inquérito tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Em nota à imprensa, a parlamentar afirmou que recebeu com surpresa o oferecimento da denúncia, e que “inexiste qualquer prova efetiva que ela tivesse de alguma forma colaborado, instigado e ou incentivado o mitômano Walter Delgatti a praticar as ações que praticou”.
Já a defesa de Delgatti disse que o hacker confessou participação na invasão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e que a denúncia da PGR confirma que Walter “falou a verdade”.
A denúncia
Segundo o procurador-geral da República Paulo Gonet, Carla Zambelli é apontada como “autora intelectual” do ataque hacker, tendo comandado a invasão dos sistemas eletrônicos do Judiciário, “mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários ao cumprimento da tarefa, com o fim de adulterar informações, sem autorização expressa ou tácita de quem de direito”.
Na denúncia cita que a deputada contratou os serviços de Walter Delgatti em troca de arrumar uma vaga de emprego ao mesmo. No trecho é mencionado relatório da Polícia Federal no qual afirma que o hacker trabalhava para Zambelli, “sendo de se realçar que ele detinha informações de acesso a sítios eletrônicos e a servidores associados à parlamentar”.
Gonet apontou que o pagamento pelo serviço prestado por Delgatti foi efetuado por meio de terceiro com objetivo de encobrir a relação, no caso teria sido usado um funcionário do gabinete de Zambelli, Jean Hernani – importante destacar que ele não foi denunciado.
Já em relação a Delgatti, a denúncia afirma que o hacker sob o comando da deputada, entre agosto de 2022 e janeiro de 2023, “invadiu dispositivos informáticos utilizados pelo Poder Judiciário, com o fim de adulterar informações, sem autorização expressa ou tácita de quem de direito”.
Ainda segundo o procurador, o objetivo dos denunciados na invasão era “gerar ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira, para obter vantagem de ordem política, propondo-se, desde o princípio, à invasão a dispositivo informático, que, afinal, determinou, participando ativamente de produção de ordem judicial ideologicamente falsa”.
“Os acusados buscavam obter vantagem de ordem midiática e política, que adviria do projeto de desmoralização do sistema de Justiça, bem como causar danos ao funcionamento da máquina administrativa judiciária”, diz trecho da denúncia.
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Outro Lado – Veja abaixo as notas das defesas da deputada Carla Zambelli e de Walter Delgatti.
NOTA À IMPRENSA
A defesa da Deputada Carla Zambelli recebeu com surpresa o oferecimento da denúncia em seu desfavor, já que inexiste qualquer prova efetiva que ela tivesse de alguma forma colaborado, instigado e ou incentivado o mitômano Walter Delgati a praticar as ações que praticou. A narrativa dele acusando a Deputada e terceiras pessoas foi desmentida pela própria investigação, e a defesa irá exercer sua amplitude para demonstrar que ela não praticou as infrações penais pelas quais foi acusada.
São Paulo, 23 de abril de 2024.
Nota defesa Walter Delgatti
“Walter Delgatti é réu confesso na invasão do CNJ, portanto não é surpresa a denúncia em seu desfavor. Com relação a denúncia perpetrada a Carla Zambelli só confirma que Walter falou a verdade”
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