26 de Março de 2025
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VGNE Segunda-feira, 24 de Março de 2025, 09:38 - A | A

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Tetraplégico

Homem controla computador com a mente após implantação de chip da Neuralink, de Elon Musk

Após a cirurgia, ele foi capaz de mover o cursor na tela apenas pensando em mexer os dedos

Redação/VGN

“Se tudo der certo, então poderei ajudar sendo um participante da Neuralink. Se algo terrível acontecer, sei que eles aprenderão com isso.” A declaração é de Noland Arbaugh, 30 anos, o primeiro ser humano a receber um chip cerebral desenvolvido pela Neuralink, empresa de neurotecnologia fundada por Elon Musk.

Implantado em janeiro de 2024, o dispositivo permite que Arbaugh, tetraplégico desde 2016 após um acidente de mergulho, controle um computador apenas com o pensamento. A façanha, que lembra ficção científica, é resultado de uma interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês), tecnologia que capta impulsos elétricos cerebrais e os converte em comandos digitais.

Em entrevista à BBC, Arbaugh compartilhou como a experiência mudou sua vida. Após a cirurgia, ele foi capaz de mover o cursor na tela apenas pensando em mexer os dedos — um feito que, segundo ele, parecia inimaginável. “Honestamente, eu não sabia o que esperar — parecia algo de ficção científica”, afirmou. Atualmente, Arbaugh relata conseguir jogar xadrez e videogames, atividades que teve que abandonar após a paralisia. “Agora estou vencendo meus amigos em jogos, o que realmente não deveria ser possível, mas é.”

Embora outras empresas já tenham desenvolvido tecnologias semelhantes, o envolvimento de Elon Musk chamou atenção global para o caso de Arbaugh, ampliando os debates sobre o futuro das interfaces neurais. “Acho que ele [Musk] estava tão empolgado quanto eu para começar”, disse Arbaugh, que conversou com o bilionário antes e depois da cirurgia.

Apesar do entusiasmo, especialistas alertam para questões éticas e de segurança. Anil Seth, professor de neurociência da Universidade de Sussex, destacou à BBC os riscos à privacidade: “Uma vez que se tem acesso ao que está dentro da sua cabeça, realmente não há mais barreiras para a privacidade pessoal”.

O próprio Arbaugh enfrentou um revés quando o chip se desconectou parcialmente de seu cérebro, fazendo com que perdesse o controle do computador. “Foi realmente frustrante, para dizer o mínimo”, contou. O problema foi solucionado com ajustes no software, mas reforça os desafios técnicos dessa tecnologia emergente.

A Neuralink não está sozinha no setor. A empresa Synchron, por exemplo, desenvolveu o dispositivo Stentrode, que dispensa cirurgia cerebral aberta, sendo implantado por meio da veia jugular. A solução também visa restaurar a autonomia de pessoas com paralisia e já é usada por 10 indivíduos.

Para Arbaugh, o chip da Neuralink representa um primeiro passo. Ele espera que, no futuro, o dispositivo o ajude a controlar sua cadeira de rodas ou até um robô humanoide. “Sabemos tão pouco sobre o cérebro e isso está nos permitindo aprender muito mais”, concluiu.

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