O rapper Oruam foi confirmado como atração em uma casa de shows em Cuiabá, nessa terça-feira (19.03). O artista se apresenta na Luzzem, no dia 25 de abril, em um evento que promete ser uma das maiores noites do ano, segundo os organizadores.
Embora a contratação tenha sido feita de forma privada, o anúncio do show gerou repercussão, já que a Câmara Municipal de Cuiabá aprovou recentemente, em primeira votação, o Projeto de Lei que proíbe a contratação de artistas pela administração pública. Apelidada de “Lei Anti-Oruam”, a proposta do vereador Rafael Ranali (PL) foi aprovada em feverreiro deste ano, com 20 votos favoráveis e uma abstenção, em 1ª votação. A medida exige que contratos públicos para eventos culturais incluam cláusulas que proíbam qualquer incentivo a práticas criminosas ou ao consumo de drogas.
O não cumprimento pode resultar em multas, devolução de valores e outras sanções legais. Iniciativas semelhantes já tramitam em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Campo Grande.
Oruam é o nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, filho de Marcinho VP, que está preso desde 1996 por ser apontado como um dos principais líderes da facção criminosa Comando Vermelho. Oruam ganhou notoriedade por sua mistura de estilos como funk, R&B e rap, com letras que abordam ostentação, sexo e sua relação familiar com o tráfico.
Mesmo sem um álbum gravado, o rapper acumula mais de 13 milhões de ouvintes mensais em plataformas como o Spotify, sendo hoje um dos nomes mais relevantes do rap e do trap nacional.
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Polêmicas recentes
No início de março, ao completar 24 anos, Oruam cortou os longos fios cacheados, pintou o cabelo de vermelho e convocou a 'tropa": “Só quem é meu fã vai tacar o vermelhão, na força do ódio”.
Em fevereiro deste ano, o rapper foi preso em flagrante durante uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele foi detido por abrigar o foragido Yuri Pereira Gonçalves, acusado de integrar uma organização criminosa e encontrado com uma pistola 9 mm com kit-rajada e munição, em sua mansão no Joá, Zona Oeste do Rio. LEIA MAIS: Oruam é preso em flagrante por abrigar traficante foragido da Justiça
Liberado no mesmo dia, Oruam assinou um termo circunstanciado e, ao deixar a delegacia, declarou que Yuri “não é traficante” e que a bala usada em um vídeo investigado era “de borracha”.
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