O preço médio da soja em Mato Grosso, principal estado produtor do grão no Brasil, fechou o mês de agosto de 2024 em R$ 120,91 por saca. O valor representa uma queda de 0,63% em relação ao mês anterior, quando a cotação era mais alta. Apesar de pequeno, o recuo reflete um movimento importante para o mercado local, que tem enfrentado oscilações tanto nos preços internos quanto nas cotações internacionais.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a desaceleração no preço da soja em Mato Grosso acompanha a tendência observada no mercado internacional. Em julho, o preço da commodity havia experimentado uma alta significativa, mas a pressão baixista em agosto reduziu parte dos ganhos acumulados. O cenário se explica, em parte, pela diminuição da demanda externa e pela maior oferta global de grãos, o que impactou diretamente as negociações no estado.
Ainda assim, Mato Grosso manteve um ritmo avançado de comercialização. Até o final de agosto, 94,53% da produção da safra 2023/24 já havia sido comercializada, um avanço de 2,18 pontos percentuais em relação ao mês de julho. Mesmo com a queda nos preços, os produtores buscaram travar suas vendas, aproveitando momentos de maior valorização.
Olhando para o futuro, o setor continua cauteloso. Embora os preços tenham recuado, a necessidade de cobrir os custos de produção da safra 2024/25 segue impulsionando a venda antecipada. Até o momento, 30,41% da produção estimada para a próxima safra já foi negociada, um avanço de 4,12 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
A perspectiva, no entanto, não é de grandes aumentos para os próximos meses. O preço futuro médio negociado em Mato Grosso para contratos de março de 2025 caiu 1,77% em agosto, fechando em R$ 107,20 por saca, o que pode limitar novos avanços nas vendas de soja a curto prazo.
Com o dólar mais forte e uma cotação internacional da soja em torno de US$ 9,97 por bushel na Bolsa de Chicago, os produtores mato-grossenses continuam monitorando o cenário, buscando otimizar suas margens de lucro em um contexto de incerteza no mercado global.
O desempenho das exportações também não favorece o estado. Mato Grosso registrou, em agosto, a menor participação histórica nas exportações brasileiras de soja para o mês, com apenas 6,79% dos envios totais do país, segundo o Imea. A escassez de oferta no estado, aliada aos preços baixos, contribuiu para essa redução.
Para os próximos meses, a atenção dos produtores se voltará à semeadura da nova safra e à expectativa de recuperação dos preços, o que pode ser crucial para garantir a viabilidade financeira do ciclo 2024/25.
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