Em entrevista concedida à Revista MT do Futuro, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, abordou questões cruciais relacionadas à relação do setor agropecuário com o atual cenário político do Brasil. Questionado sobre a percepção de alguns setores agrícolas em considerar o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) como um inimigo, Fávaro respondeu destacando a mudança de percepção promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Se a gente puder dar um mérito ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ele conseguiu, na verdade, tirar da cabeça dos produtores a imagem de tudo aquilo que o Presidente Lula fez para o setor quando presidiu este país", afirmou Fávaro. O ministro reconheceu a contribuição do presidente Lula na regulamentação do uso de transgênicos, na criação do Programa Nacional do Biodiesel, e na introdução do carro flex, destacando a evolução do agronegócio brasileiro durante seus mandatos.
Sobre a melhoria nas relações entre o setor agropecuário e a esquerda, Fávaro adotou uma postura de neutralidade. "Para nós, a eleição acabou. O trabalho do governo federal como um todo, e o nosso, no Ministério da Agricultura e Pecuária, é no sentido de olhar para as políticas públicas do setor", afirmou. Ele também ressaltou a postura positiva do presidente Lula em relação ao agronegócio, mencionando a falta de posicionamentos contrários ao setor durante seu governo.
“Mas também não posso deixar de reconhecer, como já dito, que a história nos mostra que os mandatos do presidente Lula permitiram a evolução e a revolução do agronegócio brasileiro. Você nunca viu o Presidente Lula falar mal do agronegócio, dizer que vai taxar exportações, trazer insegurança jurídica no campo, ou desestabilizar esse setor. Pelo contrário, eu fui coordenador da campanha na parte agrícola com outros amigos, e foi espetacular os posicionamentos dele, os quais ele vem cumprindo agora, na prática, como Presidente da República. Para nós, a eleição acabou (...) a história nos mostra que os mandatos do presidente Lula permitiram a evolução e a revolução do agronegócio brasileiro. Você nunca viu o Presidente Lula falar mal do agronegócio, dizer que vai taxar exportações, trazer insegurança jurídica no campo, ou desestabilizar esse setor”, disse.
Quanto à resistência de grupos bolsonaristas, o ministro respondeu enfaticamente: "Com trabalho. Com verdade. Com fatos." Ele destacou o foco no setor, independentemente de ideologias ou partidos, e mencionou o reconhecimento do trabalho do governo federal, incluindo a atuação diplomática e o combate aos crimes ambientais.
“Estamos focados em trabalhar sem olhar para ideologias ou partidos. O nosso olhar é para o setor. E isso tem sido cada vez mais reconhecido. E não é apenas ao longo desses 11 meses, mas desde o começo do governo. Em Rondonópolis, ainda no mês de março, o presidente Lula recebeu produtores rurais de Mato Grosso. No mês passado, estivemos no Palácio do Planalto com representantes das maiores empresas de agronegócio do Brasil agradecendo a política do governo federal - diplomática e de combate aos crimes ambientais - que já se traduz em resultados positivos para o setor que encontra mais facilidade para comercialização de seus produtos no exterior”, lembrou.
Questionado sobre a possível oposição dentro do PT, Carlos Fávaro minimizou a importância dessa questão. "Não existe a pretensão de se agradar a todos", afirmou. Ele ressaltou o trabalho de transversalidade no governo federal e destacou a abertura para receber parlamentares de todos os partidos. Fávaro afirmou que está comprometido com o desenvolvimento do agro sustentável e que não oporá quem deseje seguir nesse caminho.
“É natural da política que em momentos diferentes cada partido busque os espaços que julgue mais adequados, mas o que há de concreto, neste momento, é um trabalho de transversalidade no governo federal. Aqui no Mapa eu recebo – e faço sempre questão de receber parlamentares – de todos os partidos, de todas as bancadas. E, no trabalho que fazemos, percebemos um interesse comum de trabalhar pelo desenvolvimento do agro sustentável. O que posso dizer é que, da minha parte, quem quiser caminhar nesse caminho, não encontrará oposição”, garantiu.
A entrevista completa com o ministro Carlos Fávaro pode ser conferida na edição online ou impressa da Revista MT do Futuro, ou ainda, no dia 31 de janeiro na página do .