Mato Grosso alcançou em julho um marco histórico na pecuária bovina. Segundo dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), foram abatidas 689,16 mil cabeças de gado, estabelecendo um novo recorde no estado para o volume abatido em um único mês. Este resultado representa um aumento de 14,72% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram abatidas 600,74 mil cabeças.
Este expressivo volume de abates é atribuído principalmente ao aumento do gado terminado no primeiro giro de confinamento e a uma significativa redução na participação de fêmeas abatidas em comparação com o mês de junho. Em julho, a participação de fêmeas no total de abates foi de 47,62%, uma redução de 2,09 pontos percentuais em relação a junho. Essa queda no abate de fêmeas foi compensada pelo aumento no número de machos abatidos, que atingiu 360,96 mil cabeças – o segundo maior volume já registrado para machos em um mês.
A alta na oferta de machos, principalmente destinados ao confinamento, foi um dos fatores que impulsionaram o aumento nos abates. De acordo com o IMEA, a média de abates de janeiro a julho de 2024 foi de 615,19 mil cabeças por mês, muito acima da média dos últimos cinco anos, que foi de 446,78 mil cabeças por mês. “Esse aumento significativo no número de machos abatidos demonstra a forte demanda por animais de confinamento e o bom momento do setor agropecuário mato-grossense”, destaca Cleiton Jair Gauer, superintendente do IMEA.
Além disso, o cenário econômico favorável contribuiu para o aquecimento do mercado bovino em Mato Grosso. O contrato de boi gordo com vencimento em outubro de 2024 foi cotado a R$ 244,42/@, com uma valorização de 0,99% na última semana. A carcaça casada do boi também apresentou valorização, registrando um aumento de 0,87% e sendo precificada a R$ 15,43/kg. Esse cenário reflete a crescente demanda internacional pela carne bovina mato-grossense, com destaque para mercados como a China e os Emirados Árabes Unidos, que têm aumentado significativamente suas compras.
As exportações do estado no acumulado de janeiro a julho de 2024 já somam 416,41 mil toneladas de equivalente carcaça, um aumento de 27,38% em relação ao mesmo período do ano passado. As expectativas para o segundo semestre são ainda mais otimistas, com a tendência de aumento nas exportações e manutenção dos altos níveis de abate.
“O ano de 2024 tende a ser um marco para a pecuária mato-grossense, com a expectativa de recordes tanto em abates quanto em exportações. Isso reforça a importância do setor para a economia do estado e a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura e tecnologia para atender à crescente demanda”, conclui Vilmondes Tomain, presidente do IMEA.
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