O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou na quinta-feira (17.04) que o Brasil busca expandir seus negócios com a China. Segundo ele, o atual cenário de tensões comerciais entre o país asiático e os Estados Unidos pode abrir oportunidades não apenas para o Brasil, mas para todo o bloco do BRICS. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa na Reunião Ministerial do Grupo de Trabalho de Agricultura (AWG) do BRICS.
De acordo com Fávaro, a postura protecionista adotada pelo governo norte-americano cria espaço para que os países do bloco fortaleçam suas relações comerciais e ampliem sua presença no mercado internacional.
“Importante dizer que o tema principal da reunião dos BRICS não é a questão imposta pelo governo americano. Por óbvio, isso nos motiva ainda mais no fortalecimento desse bloco geopolítico. Há, sim, a expectativa de ampliação dos negócios com a China”, destacou o ministro.
Entre os avanços recentes, Fávaro mencionou a abertura do mercado chinês para o gergelim e o sorgo brasileiros, setores que, segundo ele, estão em expansão. No entanto, a principal oportunidade no horizonte pode estar no setor de carnes.
O ministro comentou a recente decisão do governo chinês de desabilitar 395 plantas frigoríficas dos Estados Unidos para exportação de carne bovina. Para ele, esse movimento cria um vácuo que o Brasil está pronto para ocupar. “Há poucos dias, nas carnes bovinas, o governo chinês deixou de habilitar 395 plantas. Alguém vai precisar fornecer essa carne, que era fornecida pelos norte-americanos. O Brasil se apresenta, com muita vontade e capacidade, e tenho certeza de que vamos saber ocupar esse espaço e ser um grande fornecedor", afirmou.
Fávaro também lembrou que, durante a última visita do presidente Xi Jinping ao Brasil, foi manifestado o interesse da China em ampliar a importação de carne suína e de frango a partir de 2025. “Diante do movimento de suspender todas as habilitações do prelist norte-americano [de frigoríficos], aí se instaura uma oportunidade de revisar pendências na lista, como também ampliar”, completou o ministro.
Uma delegação chinesa deve visitar o Brasil na próxima terça-feira (22.04).
Leia também-Ovos de Páscoa chegam a ultrapassar R$ 230 em Cuiabá e Várzea Grande