Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, enfrenta um atraso significativo na colheita da safra 2024/25. Até o momento, apenas 4,38% das áreas cultivadas foram colhidas, um avanço de 2,97 pontos percentuais em relação à semana anterior, mas ainda 17,13 pontos atrás da safra passada e 8,63 pontos abaixo da média dos últimos cinco anos. O ritmo mais lento preocupa produtores e impacta o mercado da oleaginosa.
Segundo informações do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o principal fator para o atraso é o clima instável, marcado por chuvas e céu nublado, que dificultam a entrada das máquinas no campo e aumentam o índice de grãos avariados. Algumas regiões conseguiram acelerar os trabalhos devido a janelas de sol, como o Médio-Norte e o Oeste, que estão mais adiantados com 6,23% e 4,82% das áreas colhidas, respectivamente. No entanto, o cenário ainda é desafiador para grande parte do estado.
O atraso na colheita pode ter reflexos no mercado interno e externo. Com menos grãos disponíveis, a comercialização fica comprometida e pode gerar pressões sobre os preços. Atualmente, o indicador Imea para a soja em Mato Grosso está em R$ 112,07/sc, com queda de 1,19% na semana, enquanto a paridade de exportação para março/25 teve leve alta de 0,06%, alcançando R$ 108,31/sc.
Apesar do cenário de incertezas, há uma previsão otimista, dados do Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) indicam redução do volume de chuvas nos próximos dias, o que pode favorecer a aceleração da colheita. Produtores esperam que essa melhora nas condições climáticas ajude a recuperar parte do atraso e evite perdas mais expressivas na produtividade.
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