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Política Terça-feira, 17 de Dezembro de 2019, 14:31 - A | A

Terça-feira, 17 de Dezembro de 2019, 14h:31 - A | A

GRAMPOLÂNDIA

Zaqueu presta depoimento sobre suposta “ameaça” a coronel

Rojane Marta & Edina Araújo/VG Notícias

VGNotícias

zaqueu barbosa

Zaqueu em depoimento hoje no Complexo Miranda Reis

O coronel da Polícia Militar, Zaqueu Barbosa, prestou depoimento nesta terça-feira (17.12) para a Força-Tarefa da Policia Civil, no caso dos grampos ilegais, que apura a participação dos militares no esquema. A Força-Tarefa é comandada pelas delegadas Ana Cristina Feldner e Jannira Laranjeira.

De acordo com fonte do VG Notícias, Zaqueu foi interrogado no Complexo Miranda Reis quanto às supostas ameaças feitas ao coronel Airton Siqueira, em 2017, no entanto, denunciadas por Siqueira apenas em 2019.

Segundo relatou Siqueira à Força-Tarefa, ele foi procurado por diversas vezes por telefone e em sua residência e em uma dessas vezes, o advogado Diogo Botelho, que representa a defesa de Zaqueu, teria ido até a sua residência e lhe entregado um vídeo em que Zaqueu relatava ter sido abandonado pelo grupo político e que ele (Siqueira) precisava ajudá-lo, ainda, que teria conversado com uns amigos do passado para resolver a situação da maneira dele (Zaqueu). Para Siqueira, o conteúdo do vídeo transpareceu se tratar de ameaça.

No entanto, conforme a fonte, Siqueira não levou nenhum documento que pudesse comprovar as acusações, apenas um registro de entrada de seu condomínio, mas não para a casa dele (Siqueira). “Não tem áudio, não tem vídeo, não tem nada que comprove a versão dele. O que aparenta é que mais uma vez ele está tentando obstruir a Justiça, de alguma forma quer atrapalhar as investigações” presume a fonte.

Outro fato alertado pela fonte, é a suposta ameaça ter significado algo para Siqueira vir à tona justamente após o depoimento de Zaqueu, em que ele conta que quem deu as ordens para destruir o Sistema Sentinela e o HD contendo todas as interceptações telefônicas clandestinas operadas em Mato Grosso, partiu do ex-governador Pedro Taques e que o coronel Siqueira tinha conhecimento da ordem, inclusive, teria participado das reuniões sobre a destruição do material.

“Causa estranheza essa informação surgir dois anos após a suposta ameaça, justamente nos autos da destruição das provas em que Zaqueu contou que a ordem para destruir partiu do Pedro Taques e Siqueira também tinha conhecimento, participou dessa reunião, dessa deliberação, dessa ordem do Pedro Taques. Ou seja, Siqueira vem no depoimento das placas falar em ameaça acontecida em 2017, falou só em 2019, justamente no momento que o coronel Zaqueu estava acusando ele e o ex-governador Pedro Taques” diz a fonte.

A reportagem do oticias tentou falar com o coronel Zaqueu, mas ele não quis se manifestar.

Entenda - Os coronéis da Polícia Militar de Mato Grosso: Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco, o coronel Ronelson Jorge de Barros, tenente coronel Januário Edwirges Batista e o cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior são investigados em Inquérito Policial Militar (IPM) - deflagrado para investigar, exclusivamente, crimes militares.

Segundo levantado pelo IPM, Zaqueu Barbosa, em meados de setembro de 2014, quando exercia função de subchefe do Estado-Maior Geral da PMMT, decidiu estruturar um escritório que ficou denominado "Núcleo de Inteligência". A denúncia aponta que partiu dele a ideia da criação e, também, função de arregimentar os operadores do plano.

Segundo inquérito, em virtude de sua experiência no GAECO, por conhecer diversos policiais militares com habilidades no assunto de inteligência e, em especial, em interceptação telefônica, Zaqueu requereu ao então tenente coronel da PM Evandro Alexandre Ferraz Lesco época, diretor de Inteligência do GAECO apresentação do cabo Gerson, com propósito de estruturar tal "Núcleo de Inteligência".

Consta dos autos, ainda, que parte operacional ficou cargo do cabo Gerson, que teria acionado o cabo da PM Euclides Torezan para verificar viabilidade técnica de funcionamento das placas entregues pelo coronel Zaqueu, que, segundo custos apresentados pela Empresa Wytron, montaria importância de R$ 12 mil.

Não há, contudo, informação de quem foi responsável pelo investimento para implantação do projeto. De acordo com que foi apurado, cabo Gerson instalou equipamento assessorado pelo cabo Euclides Torezan, passou praticamente todo mês de setembro ouvindo diversas conversas, em uma sala comercial alugada no Edifício Master Center. Após, cabo Gerson apresentava os resultados do seu trabalho, por meio de relatórios, ao coronel Zaqueu. Em outubro daquele ano, cabo Gerson se dirigiu ao coronel Zaqueu e solicitou reforço, porque não tinha condições de ouvir todos os áudios. “Tantas já eram as interceptações telefônicas clandestinas, que um só homem não podia mais realizá-las”.

Por esta razão, a sargento da PM Andrea Pereira de Moura Cardoso, que trabalhava no Centro Integrado de Operações Aéreas, foi informada por seu comandante, no caso, então tenente coronel Airton Benedito de Siqueira Júnior, para procurar Zaqueu no Quartel do Comando-Geral da PMMT, pois teria um serviço para ela na atividade de inteligência. Apesar de não denunciado pela prática dos crimes militares, há indícios da participação de Siqueira na organização criminosa.

Há nos autos, ainda, indícios de que o coronel Siqueira Júnior não apenas sabia da existência do inventado Núcleo de Inteligência da Polícia Militar, como dele participou com cessão da sargento Andrea. Esse fato tem indicação nas palavras da própria Sargento Andrea, ao revelar que, sendo recrutada para Núcleo de Inteligência ainda no ano de 2014, nele permaneceu até novembro de 2015, quando recebeu uma ligação de Gerson este disse para ela se apresentar na Casa Militar, quando foi dispensada por Siqueira de trabalhar no escritório clandestino.

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