A advogada Marizete França, ex-diretora da OAB de Várzea Grande na gestão de Flávia Moretti, gerou alvoroço ao denunciar, na tribuna da Câmara de Vereadores, nesta quinta-feira (27.02), a suposta compra de diplomas para ocupação de cargos na administração municipal.
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Em entrevista ao , na noite desta quinta-feira, Marizete afirmou que, na manhã desta sexta-feira (28), levará a denúncia à Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR). Na ocasião, entregará provas documentais e áudios ao delegado Lucas, responsável pela investigação.
Segundo a advogada, as informações sobre a suposta fraude chegaram a seu conhecimento em dezembro. Desde então, ela vem alertando vereadores e outras autoridades sobre o caso. Marizete ressaltou que sua postura é estritamente profissional e ética, frisando que a obrigação de denunciar ilegalidades independe da gestão vigente ou de relações pessoais.
"Sou advogada, não sou criança. Tenho o dever de denunciar. Se fosse em qualquer outra administração, minha atitude seria a mesma", declarou.
Possível Impacto Político
A denúncia envolve nomes ligados à gestão da prefeita Flávia Moretti, o que gerou especulações sobre possíveis repercussões políticas. Questionada se a acusação poderia desgastar a administração, Marizete enfatizou que o compromisso com a transparência deve prevalecer sobre qualquer vínculo.
Ao ser indagada se comunicou a prefeita sobre o caso, afirmou ter enviado uma mensagem, mas não obteve resposta. “Não sei nem se foi ela que visualizou, né? Mas é o número que eu tenho dela”, pontuou.
Sobre um possível impacto na imagem da prefeita, Marizete descartou essa hipótese: “Trabalhei com a Flávia na OAB por 12 anos. Ela é minha amiga pessoal. Mas não é porque ocupa o cargo de prefeita que vou deixar de denunciar algo errado. Além disso, acredito que ela não tem tempo para analisar individualmente cada diploma apresentado na gestão.”
A advogada também reforçou que, se tivesse algo a esconder, não teria feito a denúncia publicamente. “Se eu tivesse algo a esconder da Flávia ou de qualquer cidadão, não teria falado na tribuna nem dado entrevista ao sair da sessão.”
Ela acrescentou que sua intenção sempre foi contribuir para a moralização da política várzea-grandense: “Fui candidata a vereadora porque queria mudar a história de Várzea Grande. Não tenho nada contra a Flávia nem contra ninguém da gestão. Inclusive, acredito que a prefeita não tem controle sobre quem apresenta documentos falsos para ocupar cargos.”
Além da denúncia sobre os diplomas, Marizete revelou ter recebido informações sobre a suposta captação irregular de clientes no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Repercussão e Investigação
A denúncia teve impacto imediato, gerando forte repercussão nos bastidores políticos e entre servidores municipais. A advogada relatou que, após sua fala na tribuna, várias pessoas a procuraram para relatar que essa prática seria recorrente na cidade.
“Me disseram que isso é normal em Várzea Grande. Mas normalizar um crime não o torna menos ilícito”, criticou.
A investigação ficará sob responsabilidade da DECCOR, com a supervisão do delegado Lucas. Indagada sobre a possível participação de secretários municipais, Marizete evitou citar nomes, reforçando que essa apuração cabe à polícia.
A Câmara de Vereadores encaminhou a denúncia da advogada à Procuradoria Geral da Câmara para as devidas providências.
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