Durante cerimônia de posse do suplente Samir Bosso Katumata (PL) como vereador de Várzea Grande, nesta terça-feira (25.03), o vice-prefeito Tião da Zaeli (PL) comentou a crise de relacionamento com a prefeita Flávia Moretti (PL), que se agravou na última semana após um episódio de agressão verbal no gabinete da chefe do Executivo. Segundo ele, o distanciamento é real, mas não há articulação por sua parte para um processo de impeachment.
"Eu não falei mais com a prefeita, e quero deixar bastante claro, porque sou um homem de uma palavra só: só vou me pronunciar sobre o ocorrido no dia 31. E espero um alinhamento administrativo, uma resposta à população em 90 dias. Depois disso, terei muito o que falar, mas neste momento, não", afirmou Zaeli à imprensa.
A presença do vice-prefeito no Legislativo foi para prestigiar Samir Bosso, seu aliado político de longa data. “Nada mais importante nesse momento do que prestigiar nosso amigo Samir, que com certeza vai corresponder ao cargo e trazer para o parlamento a discussão de interesses da população", afirmou.
A crise entre Zaeli e Flávia Moretti vinha sendo alimentada por desentendimentos em torno de compromissos firmados na campanha eleitoral de 2024, mas ganhou visibilidade após um embate direto dentro do gabinete da prefeita. Leia também: Zaeli expõe briga com Moretti: "Me chamou de canalha, me empurrou, não me bateu porque o marido segurou"
Em relação à tentativa de reaproximação promovida pelo presidente estadual do Partido Liberal (PL), Ananias Filho, Zaeli sinalizou abertura para diálogo, desde que os interesses do partido sejam preservados. “A conversa ficou restrita a um alinhamento para que não se prejudique o partido. O PL é muito grande para estar vivendo esse momento de instabilidade. O problema é pessoal, e não político, e isso não pode interferir no partido”, pontuou.
Ao ser questionado se articularia o impeachment da prefeita, Zaeli foi direto: “Não, de jeito nenhum. Isso não passa na minha cabeça”.
Sobre a possibilidade de Flávia Moretti indicar o próprio marido para presidir o diretório municipal do PL, Zaeli foi pragmático: “Se o PL assim aceitar, fique à vontade”.
Apesar da tensão no Executivo, o vice-prefeito reforçou que, por ora, prefere o silêncio, ao menos até o fim do prazo que estabeleceu para avaliar o cenário político. A expectativa é que até 31 de maio Zaeli se pronuncie oficialmente sobre os rumos que pretende seguir dentro da gestão.
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