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Política Segunda-feira, 27 de Outubro de 2014, 08:19 - A | A

Segunda-feira, 27 de Outubro de 2014, 08h:19 - A | A

Youssef segue internado em hospital de Curitiba após passar mal em prisão

Quadro clínico não teve alterações na noite de domingo (26), diz hospital

G1.com

O doleiro Alberto Youssef, que está internado desde sábado (25) no Hospital Santa Cruz, em Curitiba, não apresentou alterações no quadro durante a noite de domingo (26) e madrugada desta segunda-feira (27), conforme a assessoria do hospital. Youssef foi hospitalizado após passar mal na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense. Ele é um dos presos da Operação Lava Jato, deflagrada pela PF em março deste ano, e é acusado de chefiar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Ele deu entrada na UTI coronariana do hospital e passou por vários exames.

Conforme o boletim médico divulgado no fim da tarde de domingo, o doleiro está “consciente, lúcido e orientado com sinais vitais dentro da normalidade”. No entanto, ainda de acordo com o hospital, ele apresentou sinais de desidratação e emagrecimento. Um novo boletim sobre o estado de saúde do doleiro deve ser divulgado na manhã desta segunda.

O advogado de Youssef Tracy Reinaldet destacou que a informação divulgada na internet de que o doleiro tivesse sido envenenado ou morrido é falsa.

"O que houve foi uma queda de pressão somada a um quadro anêmico, que ele vem desenvolvendo por conta do cárcere. Ele está bem debilitado em vitaminas, enfim, a nutrição dele não tem sido da mais adequadas. O que aconteceu foi isso, nada mais do que isso. Esse boato de envenenamento é mentiroso. Não chegou sequer a especular esta questão. Então, ele está bem", disse Reinaldet.

A equipe médica do hospital também descartou a possibilidade de envenenamento. “Na avaliação inicial não apresentava sinais de intoxicação exógena e/ou medicamentosa e quadro cardiológico estável. O boletim de domingo também apontou que os exames laboratoriais e outros exames complementares estavam "dentro da normalidade”.

Segundo a PF, esta é a terceira vez que Youssef é encaminhado para atendimento médico. Os agentes informaram que ele teve uma forte queda de pressão arterial, causada pelo "uso de medicação no tratamento de doença cardíaca crônica".

Sobre os boatos

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, criticou no domingo os boatos que circularam na internet de que o doleiro Alberto Youssef teria morrido. Para Cardozo, a difusão da falsa notícia é "profundamente deplorável".

"O que está acontecendo é um grande número de boatos e situações que ocorrem. Particularmente, um boato e uma situação que me chocou é que algumas pessoas diziam que Alberto Youssef teria sido envenenado e teria morrido", disse.

O ministro também disse que a Polícia Federal já foi "devidamente orientada" a investigar os boatos. Segundo Cardozo, a PF vai, "nos termos da lei", pedir autorização para apurar o caso.

Operação Lava Jato

A operação Lava Jato foi deflagrada no dia 17 de março de 2014 em vários estados brasileiros e no Distrito Federal. A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que pode ter movimentado cerca de R$ 10 bilhões, segundo a PF.

De acordo com as investigações, a organização criminosa era liderada pelo doleiro Alberto Youssef. Ele e os procuradores do MPF entraram em um acordo de delação premiada. Com isso, ele se comprometeu a dizer tudo o que sabe sobre o esquema de lavagem de dinheiro que chefiava, em troca de reduções nas penas que podem ser imputadas. O documento que pede a absolvição do doleiro no caso do tráfico de drogas não cita o acordo de delação.

O acordo de delação premiada será homologado pela Justiça se, depois da fase dos depoimentos, ficar comprovada a veracidade das informações que Youssef fornecer. O acordo foi assinado um dia após a defesa revelar que o doleiro tinha essa pretensão.

Nota da redação:  É falsa a notícia que circulou na internet no sábado (25), atribuída ao G1,  afirmando que o doleiro havia morrido.

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