Os vereadores de Cuiabá da base do prefeito, Mauro Mendes (PSB), apresentaram nesta quinta-feira (29.08) durante a sessão ordinária o imediato afastamento do presidente da Casa de Leis, João Emanuel (PSD). O pedido foi interposto pelo líder do prefeito na Casa, vereador Leonardo Oliveira (PTB) e assinado por 16 vereadores.
A representação acusa João Emanuel de prevaricação, desrespeito com o Regimento Interno, quebra de decoro parlamentar e conduta desidiosa, ao não participar das sessões e não instaurar as Comissões Parlamentar de Inquérito como prevê o regimento.
O pedido de afastamento, lido em plenário por Leonardo Oliveira, pegou o presidente do legislativo de surpresa. Mas João Emanuel se defendeu das acusações.
"Isso está acontecendo porque é a primeira vez na história de Cuiabá que a Presidência do Legislativo é oposição. Também é a primeira vez que se instaurou uma CPI para investigar atos do prefeito. Esse pedido reflete o medo dessas pessoas da investigação da CPI dos maquinários, eles estão tentando causar discórdia para desmoralizar a Casa de Leis frente à população. Ontem fiquei sabendo que a base do prefeito fez uma reunião para dar um golpe na Câmara e tirar o presidente para tentar tapar a sujeira do sétimo andar" disse João Emanuel.
O social-democrata chegou a declarar que o pedido de afastamento não seria votado na sessão desta quinta porque a pauta de votação estava sobrestada (suspensão temporária de deliberação), por isso o pedido não poderá ser votado. Conforme o social-democrata, hoje serão apreciadas matérias importantes para o município entre eles vetos do prefeito.
No entanto, João Emanuel fez uma inversão de pauta e colocou o pedido de afastamento para apreciação dos 25 vereadores da Câmara, mas como se fosse um requerimento para cassá-lo do cargo de presidente, alegando ser essa a única punição possível para quebra de decoro. Na votação a maioria dos parlamentares votaram pela não cassação de Emanuel, até mesmo aqueles que haviam assinado o pedido de afastamento.
Logo após o resultado, João Emanuel gritou e bateu na mesa "Foi mantido no cargo pelas vossas excelências. A sua tentativa de golpe não funcionou e vamos investigar esta CPI até o fim”, declarou o presidente.
Ele ainda garantiu que irá abrir um processo disciplinar contra todos os vereadores que assinaram o pedido de afastamento. Conforme ele, esses parlamentares atacaram e feriram a sua moral perante o Legislativo municipal.
Os vereadores que assinaram o pedido foram: Leonardo Oliveira (PTB), Dilamário Alencar (PTB), Júlio Pinheiro (PTB) Adevair Cabral (PDT), Renivaldo Nascimento (PDT), Chico 2000 (PR), Faissal Kalil (PSB), Adilson Levante (PSB), Primo Derlei (PT do B); Domingos Sávio (PMDB), Haroldo Kuzai (PMDB); Wilson Kero Kero (PRP), Luiz Herinque (PRTB), Lueci Ramos (PSDB), Mario Nadaf (PV) e Orivaldo da Farmácia (PRP).
Defesa de João Emanuel – O vereador Clovito Hugueney (PTB) saiu em defesa do presidente do legislativo e declarou que nenhum vereador, muito menos João Emanuel, tem que ter medo de ameaça de ninguém. O vereador disse que o pedido de afastamento é pelo fato da CPI dos Maquinários.
“Não vou retirar o meu nome da instauração da CPI dos Maquinários. Cassa eu aqui dentro. Quero ver quem vai me cassar aqui dentro. Cassa eu aqui”, desafiou o parlamentar.
Toninho de Souza (PSD) também defendeu o presidente e assegurou que o pedido está relacionado à CPI dos Maquinários. “Isto está acontecendo porque ele (João Emanuel) abriu uma CPI contra o prefeito. Eu sou presidente da CPI, mesmo afastando João Emanuel a CPI vai andar doa a quem, doer”, disse Toninho.
Defesa da base do prefeito - O vereador Wilson Kero Kero (PRP), que pertence à base governista, negou que o pedido de afastamento tenha alguma relação com um pedido pessoal do prefeito e disse que se negaria a cassar João Emanuel. “Pedimos que as coisas nesse parlamento sejam feitas de acordo com o regimento,coisa que não vem acontecendo”, disparou .
Adilson Levante (PSB) também da base Mauro, negou que o pedido não está relacionado com a CPI dos Maquinários. “Pode investigar a fundo, essa administração não teme a CPI. Não estamos aqui para cassar um companheiro. Queremos que sejam apurados os fatos e feita à justiça”, afirmou.
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