A vereadora de Várzea Grande, Rosy Prado (União), em sessão ordinária na Câmara Municipal, nesta terça-feira (25.04), criticou os servidores do Pronto-Socorro Municipal e disparou que alguns deles, em decorrência dos feriados, resolvem não trabalhar e entregam atestado para justificar a ausência.
“Eu quero fazer um pedido que chegue aos ouvidos do prefeito Kalil Baracat. No final de semana mediante ao feriado, e é com frequência que vem ocorrendo essa situação no Pronto-Socorro de Várzea Grande. Todas as vezes que tem feriado a nossa população fica à mercê de certos funcionários da unidade. Eles [servidores] resolvem não ir trabalhar de última hora e para justificar ausência entregam atestado”, relatou Rosy Prado.
A parlamentar que neste último feriado prolongado não havia enfermeiros nas salas vermelha e amarela, no bloco B do Pronto-Socorro. “Porque aí todos resolveram não ir trabalhar. Não quero aqui generalizar nada, porque não é justo, e nada se pode generalizar”, ponderou.
A vereadora disse que entrou em contato com a secretária-adjunta de Saúde, Maria das Graças, para levar todas as informações, e que espera que as providências necessárias sejam tomadas.
“Eu falei com a secretária-adjunta, Maria das Graças, e eu espero que sejam tomadas providências, pois eu vou voltar no Pronto-Socorro de Várzea Grande. Meu telefone não parou neste fim de semana porque só tinha uma enfermeira para cuidar de mais de 30 pacientes, e não dá conta, infelizmente. Enquanto isso, outras [enfermeiras] estão festejando porque de última hora entregam atestado. Isso é uma falta de respeito com a nossa população”.
Rosy Prado disse ainda que conversou com o médico chefe das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Pronto-Socorro, e o mesmo relatou que a situação é “normal”, pois sempre que tem feriado os funcionários resolvem de um dia para o outro ficar doente, entregam o atestado e não vão trabalhar.
“Ele [chefe das UTIs] me disse que isso é normal no Pronto-Socorro. Todas as vezes que tem feriado, funcionário resolve de um dia para o outro ficar doente, entrega atestado e não vem trabalhar. Eu quero fazer esse apelo ao líder, ao vice líder que levem esse conhecimento ao prefeito porque tenho certeza que ele não compactua com isso’, finalizou.
Outro lado
Ao , o secretário de Saúde de Várzea Grande, Gonçalo Barros, disse que existe uma lei a qual não permite que o servidor entregue mais de dois atestados por mês, e que tudo é bem analisado dentro do rito processual.
“É uma denúncia grave que tem que verificar realmente, nós agora temos uma lei que em questão de atestados deliberadamente, o servidor não pode dar mais de dois atestados por mês. É uma lei municipal que foi criada e tudo está sendo analisado dentro do rito processual, dentro da administração”, explica Gonçalo.
Para o secretário é preciso saber separar a situação, pois toda acusação feita precisa dar o direito ao contraditório para quem está sendo acusado. Ele destaca também que existe uma comissão que monitora todo esse processo, e que inclusive os contratados são avaliados mensalmente.
“É preciso separar, não estamos aqui para proteger, nem para acusar ninguém. Toda acusação nós temos que dar o direito ao contraditório para quem está sendo acusado. Essa é uma situação grave e nós já temos uma comissão que estava analisando todo esse processo, e essa comissão foi criada por essa lei, que inclusive todos os contratados são avaliados mensalmente, e estamos monitorando”.
De acordo com o secretário, ele entende que a colocação da vereadora faz parte da fiscalização, e aceita de bom grado, pois entende que é importante. No entanto, não quer que seja generalizado para não cometer injustiças.
“Essa colocação da vereadora nós entendemos que faz parte, ela é vereadora, tem a obrigação de fiscalização, de acompanhamento, desde que não seja pontual que possa ter prejudicado algum interesse desse ou daquele. Nós aceitamos de bom grado a fiscalização e entendemos que é importante. Mas, não queremos que seja generalizado, porque nós podemos estar incorrendo em uma injustiça com muita gente, pois existe casos pontuais e precisamos tomar cuidado com isso”,
Gonçalo finaliza e afirma que a comissão vem analisando tudo, e que é composta por servidores efetivos. Ainda de acordo com ele, o município precisa de capacitação dos servidores para o acolhimento e assim caminhar em direção de uma saúde humanizada.
“Tudo está sendo analisado por essa comissão, e essa comissão é composta por servidores efetivos, e estamos tendo esse cuidado. Nós precisamos de uma reforma administrativa no município, pois isso é fundamental, fazer mais concursos, e principalmente a capacitação dos servidores para o acolhimento, para caminharmos em direção a uma saúde humanizada”, finaliza.
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