A vereadora eleita de Piracicaba (SP) Madalena (PSDB), cujo nome de batismo é Luiz Antônio Leite, disse ter informações de que um dos suplentes do partido seria o mandante das ameaças de morte que vem recebendo desde que venceu as eleições. O preconceito por ser travesti foi apontado como uma das possíveis razões para as ligações. Além dos telefonemas, a vereadora eleita já foi abordada na rua onde mora por um motoqueiro. A presidência do PSDB informou que, caso a suspeita se comprove, o responsável será expulso da legenda.
Madalena registrou dois boletins de ocorrência em função das ameaças de que se ela assumir o cargo em 1º de janeiro será assassinada. A vereadora eleita afirmou que cogitou desistir da posse, mas se convenceu de não abrir mão da cadeira para a qual foi eleita. A Polícia Civil já pediu, inclusive, o rastreamento das ligações à casa da política para tentar localizar o telefone de onde as mensagens se originaram.
Um homem que trabalhou como cabo eleitoral durante as eleições procurou Madalena nesta quinta-feira (18) para relatar que um dos candidatos do PSDB havia dito à equipe que a mataria caso o vencesse. "Essa pessoa me chamou de 'preto safado' e quebrou alguns cavaletes com a minha foto e disse que se eu ganhasse me mataria", disse Madalena.
Madalena deve ir até a DIG nesta sexta-feira (19) relatar às autoridades o que soube e definir como e quando o seu informante poderá depor sem divulgar a identidade. "Se for provado que foi realmente essa pessoa, ela vai ser processada e vai ter de pagar pelo que fez", disse. A vereadora eleita também afirmou que não vai mudar a rotina por conta dos problemas que vêm ocorrendo. "Eu não pretendo me mudar ou aumentar a segurança, só espero que haja segurança no dia da posse", completou.
PSDB
O deputado federal Antônio Carlos de Mendes Thame (PSDB), presidente da legenda em Piracicaba, disse que procurou a Secretaria Estadual de Segurança Pública para informar da ameaça e pediu providências. "Pedi que a polícia investigue a fundo, afinal houve uma ameaça de morte a um vereador eleito pelo meu partido", disse.
Thame afirmou que, caso o autor das ameaças for membro do PSDB, a punição será a mais severa. "Se houver algum envolvido dentro do partido, essa pessoa será expulsa. Não haverá contemporização com ninguém", completou.
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