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Política Sexta-feira, 23 de Março de 2018, 15:21 - A | A

Sexta-feira, 23 de Março de 2018, 15h:21 - A | A

Operação Bereré

TJ autoriza investigação contra cinco deputados por suposta participação em fraude no Detran

Lucione Nazareth/ VG Notícias

Montagem

 

O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT), José Zuquim Nogueira, autorizou a abertura de um inquérito para investigar cinco deputados estaduais por suposta participação no esquema de desvio de dinheiro no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).

O pedido para que seja estendida as investigações iniciadas na Operação Bereré para os deputados Baiano Filho (PSDB), Romoaldo Júnior (PMDB), José Domingos Fraga (PSD), Ondanir Bortolini - Nininho - (PSD) e Wilson Santos (PSDB) é do Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Segundo o MPE, no âmbito das investigações surgiram indícios que apontam possível prática de crimes por parte dos parlamentares.

Conforme os autos, a polícia rastreou três depósitos de cheques, por parte de Claudemir Pereira dos Santos (investigado na Operação Bereré), na conta bancária de Luiz Otávio Borges.

Em depoimento na Delegacia Fazendária, Luiz afirmou ser assessor parlamentar de Baiano Filho, e que o parlamentar utiliza sua conta bancária para efetuar depósitos, e que posteriormente ele (Borges) sacava as quantias para realizar pagamentos a mando de Baiano. No depoimento, o assessor afirmou que os depósitos de Claudemir foram direcionados ao deputado e a quantia foi utilizada para pagar despesas de gabinete.

Outra pessoa, identificada como Wilson Pinheiro Medrado, que também recebeu depósitos do investigado Claudemir,  afirmou à polícia que a quantia foi depositada em sua conta bancária endereçada ao Baiano Filho.

Em desfavor ao deputado Romoaldo Júnior está um depoimento prestado pelo chefe de seu gabinete na Assembleia Legislativa, Valdemir Leite da Silva. Ele declarou que trocou cheques de Rafael Yamada Torres (investigado na operação) e em seguida repassou as quantias ao parlamentar.

Em relação ao deputado José Domingos Fraga consta o depoimento de Jorge Batista da Graça, que afirmou ter trabalhado como assessor do parlamentar, e que recebeu cheque emitido pelo investigado Claudemir Pereira dos Santos a pedido de Fraga. Além disso, Graça disse que recebeu em sua conta uma transferência bancária de Claudemir, e que essa quantia foi sacada e repassada ao deputado.

O ex-servidor da AL/MT, Tschales Franciel Tschá, em seu depoimento na DEFAZ contou que trabalhou como assessor parlamentar do deputado Nininho, e que no período que esteve no cargo recebeu e sacou valores depositados por Claudemir Pereira em sua conta bancária e os entregou ao parlamentar.

Contra Wilson Santos, pesa o depoimento do ex-senador Antero Paes de Barros. Antero disse que Wilson participou do esquema no Detran/MT.

Em decisão proferida na última quarta-feira (21.03), o desembargador José Zuquim, apontou que existem indícios supervenientes e que foi plenamente justificada, por parte do MPE, a extensão das investigações. Diante disso, ele autorizou a extensão das investigações contra os cinco deputados.

Entenda - A Operação Bereré, deflagrada no mês passado, apura esquema de fraude, desvio e lavagem de dinheiro no Detran-MT, na ordem de R$ 27,7 milhões, que operou de 2009 a 2015.

Segundo as investigações, o esquema teria sido realizado por meio do contrato da EIG Mercados com o Detran que consistia no registro de contratos de financiamentos de veículos. O dinheiro era repassado para a empresa e depois retornava como propina para políticos, dinheiro esse que era “lavado” pela Santos Treinamento – parceira da EIG no contrato - e por servidores da Assembleia, parentes e amigos dos investigados, conforme denunciou o MPE.

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