O tenente-coronel da Polícia Militar, José Henrique da Costa Soares, forneceu detalhes sobre o suposto esquema de grampos telefônicos e afirmou que o “grupo” tinha como objetivo incriminar o ex-comandante geral da PM, coronel Zaqueu Barbosa, como o responsável pelas escutas ilegais.
As declarações de José Henrique foram feitas em entrevista exibida nesta segunda-feira (23.10) pela TV Centro América, filiada à Globo em Mato Grosso, por meio do programa MT TV 1ª Edição.
O tenente relatou como foi a instalação do equipamento em sua farda para “espionar” o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT), Orlando Perri, e garantiu que foi o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco, que o procurou para fazer a “espionagem”.
“Era questão de manutenção do grupo, de permanência do grupo, para que o doutor Orlando Perri fosse efetivamente afastado do processo”, declarou o tenente coronel na reportagem, garantindo que foi prometido a ele (José Henrique) uma promoção na Polícia Militar por fazer o “serviço de espionagem” ao desembargador para o grupo.
José da Costa Soares disse que a “Polícia Militar” foi usada pelo grupo para promover as “escutas ilegais”. “As pessoas não podem acreditar que isso que está acontecendo pode atingir a credibilidade da instituição (Polícia Militar)", disse.
O tenente revelou ainda que está sendo “monitorado” pela suposta organização criminosa responsável pelo grampo, mas afirmou que não tem medo de morrer. “Se tiver que pagar um preço com minha vida, não tem problema. Estou disposto a tudo”.
Na entrevista, ele ainda afirmou que foi cooptado pela suposta organização criminosa – composta pelo ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco, sua esposa, a personal trainer Helen Lesco, o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh-MT), Airton Siqueira, o ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), Rogers Jarbas, o ex-secretário-Chefe da Casa Civil, Paulo Taques e outros – que ameaçaram denunciá-lo a PM por ser usuário de drogas.
José Henrique disse que as informações de que ele seria usuário de drogas teriam sido repassados por Paulo Taques – que havia advogado para ele em processo junto a Polícia Militar. “ Ele (Paulo) tinha informações confidenciais, pessoais, que eu confidenciei a ele como profissional, quanto advogado e essas informações foram reproduzidas pela Helen. Eu deduzi que eu estava em maus lençóis caso não atendesse o pedido deles”, declarou.
Ainda na entrevista, o tenenmte afirma que o grande "temor do grupo" era a prisão do Airton Siqueira. "A prisão do Siqueira fragilizaria o grupo".
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