O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, afirmou ao senador mato-grossense Pedro Taques (PDT), que não tinha conhecimento de transferências da Delta para empresas fantasmas.
Ele citou durante o seus esclarecimentos na CPI do Cachoeira, que em nenhum momento tinha conhecimento de supostas transferências ilegais da Delta para empresas laranja e que só teve o conhecido destes atos pela empresa através da imprensa, depois de ver reportagens noticiando o fato.
Pagot revelou que em 2010 pediu doações para algumas empresas em favor de Dilma Rousseff, ele disse que não sabia que era ilegal, e garantiu que cada empresa doou o valor que achou necessário.
“Eu falei com algumas empresas para pedir doações para a campanha da Dilma, a pedido do tesoureiro De Filippi, achei naquela oportunidade que não estava cometendo nenhuma irregularidade. Mas cada um fez a doação que achou que era necessário", citou Pagot.
O senador Pedro Taques disse a Pagot que só três tipos de pessoas são demitidas, os corruptos, os incompetentes e aqueles que saem por causa de manobras realizadas por complô. “Só três tipos de pessoas são demitidas, os corruptos, os incompetentes e aqueles que saem por meio de complô, o senhor saiu por quê?”, questionou Taques.
Em resposta, Pagot disse que até hoje se pergunta por que foi demitido do Departamento Nacional, fato que deixou profundamente magoado e que após a sua saída ninguém do governo Federal veio falar com ele para agradecer e muito menos criticar.
“Não sou corrupto, nem incompetente, posso não conseguir fazer tudo que me confiaram, mas sou competente e não sei por que fui mandado embora” esclareceu.
O senador Cidinho Santos (PR) – suplente do senador Blairo Maggi -, ao contrário de Taques, “teceu” elogios ao ex-diretor. Ele disse que Pagot realizou importantes obras no Estado de Mato Grosso quando esteve à frente da Secretaria de Infraestrutura do Estado, como asfaltamento de rodovias estaduais, projetos habitacionais e até escolas atrativas.
“Excelentíssimo senhor Pagot, eu como cidadão mato-grossense reconheço o excelente trabalho que o senhor realizou no Estado quando esteve à frente da Secretaria de Infraestrutura, como asfaltamento de rodovias, projeto habitacional e a escola atrativa, que proporcionou grandes melhorias no Estado”, destacou Cidinho.
O republicano ainda citou algumas obras importantes que Pagot realizou quando esteve à frente do Dnit, como a duplicação da BR 364. Cidinho citou que compreende o pequeno “deslize” que Pagot cometeu ao buscar doações para a campanha da Dilma em 2010, já que ele (Pagot) sempre foi um homem partidário e acreditava no projeto da petista.
“Entendo porque o senhor pediu a doação para a campanha de Dilma, estava empolgado, acreditava no projeto da Dilma presidente e sempre foi partidária, sempre subiu nos caminhos para defender candidaturas e isso é normal para pessoas como o senhor”, relatou o senador.
Cidinho defendeu Pagot e pediu que o governo Federal realizasse um pedido de desculpa a ele. “O senhor merece um desagravo e um pedido de desculpa por parte do governo federal”, disse o republicano.
Os dois senadores mato-grossenses questionaram ainda, à questão do deputado federal Welligton Fagundes (PR) interceder a favor da Construtora Delta nas obras da Serra de São Vicente.
Pagot esclareceu o episódio: “O deputado Wellington Fagundes era muito zeloso pelas obras do Estado. Ele foi interceder pelas obras da Serra de São Vicente que seriam feitas pela Delta e não pedir em favor da empresa”, relatou o ex-diretor.
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