O ex-governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e da Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira (06.10), afirmou não saber do que está sendo acusado e se negou a responder os questionamentos dos deputados.
“Respeito essa Casa, por orientação dos meus advogados, pedi para que a oitiva fosse redesignada, mas como não foi, foi usar o direito de ficar calado. Não fui nem citado pela Justiça e não sei do que estou sendo acusado”, falou.
Segundo o peemedebista, após ser citado judicialmente, poderá comparecer à AL/MT para prestar os esclarecimentos.
Por conta da declaração do ex-governador, o presidente da CPI, deputado José Carlos do Pátio, propôs aos parlamentares para lerem as perguntas para constar na ata, mas sem citar os nomes das empresas por questão de sigilo e ética.
Mesmo afirmando que não responderia aos questionamentos, Silval fez uso da palavra e discursou sobre tema diverso da CPI. Ele enalteceu o seu governo e disse que Mato Grosso cresceu em sua gestão. O presidente da CPI tentou interromper o discurso do peemedebista, mas, o deputado Wilson Santos pediu para deixa-lo falar. Os demais deputados permaneceram calados durante o pronunciamento do acusado.
Atualizada às 15h24min – A CPI foi encerrada neste momento. Silval Barbosa saiu do Legislativo Estadual escoltado por seguranças da Assembleia Legislativa, que o “protegeram” para não dar entrevistas à imprensa.
Discurso de Silval – Ao encerrar a oitiva, a reportagem do VG Notícias indagou ao presidente da CPI se era justo Silval comparecer, se recusar a responder os questionamentos e mesmo assim discursar de assunto diverso do que foi convocado, mas ele (Pátio) não quis comentar e se limitou a dizer que a Constituição dá direito ao Silval de não responder as perguntas.
CPI - A CPI teve início às 14h10min, com a presença dos deputados Wilson Santos (PSDB), Emanuel Pinheiro (PR), e José Carlos do Pátio. Logo após compareceu Max Russi e Janaina Riva.
O objetivo da CPI era para interrogar Silval sobre os incentivos fiscais liberados por ele, que de acordo com a Comissão e denúncia do Ministério Público do Estado (MPE/MT), apresentam várias irregularidades, entre elas, a aprovação por decreto de empresas para receber incentivos, mesmo não se enquadrando nos pré-requisitos.
Silval está preso desde 17 de setembro, acusado de comandar esquema que desviou milhões dos cofres, além de cobrança de propina por meio de fraudes em concessões de incentivos fiscais liberados pelo Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).
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