O Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou nesta quarta-feira (23.09) operação “Metástase” para cumprir mandados de prisão temporária contra servidores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Ao todo 22 mandados de prisão temporária serão cumpridos, entre servidores da AL/MT e outras pessoas supostamente integrantes do esquema.
De acordo com informações do órgão, os funcionários públicos são suspeitos de cometer desvios milionários de dinheiro público por meio das verbas de suprimentos destinadas aos gabinetes da AL/MT. Segundo informações extraoficiais, alguns servidores já teriam sido presos na manhã de hoje.
Mandados de buscas e apreensão devem ser cumpridos pelo Gaeco e pessoas estão sendo intimadas para depor.
Conforme o órgão, as investigações apontaram indícios da prática dos crimes de constituição de organização criminosa, peculato e falsidade documental na Assembleia.
As investigações foram feitas por meio de uma operação conjunta entre Gaeco e Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa. Aproximadamente 80 agentes públicos (Promotores de Justiça, Delegados de Polícia, policiais militares e civis, inclusive BOPE) estão envolvidos no cumprimento das ordens judiciais.
19 mandados de prisão já foram cumpridos: Laís Marques de Almeida, Ana Marins de Araújo Pontinelle, Atail Pereira dos Reis, Frank Antônio da Silva, Marisol Castro Sodré, Abemael Costa Neto, Mário Márcio da Silva Albuquerque, Maria Hlenka Rudy, Felipe José Casaril, Willian César de Moraes, Geraldo Lauro, José Paulo Fernandes de Oliveira, João Luquesi Alves, Sérvio Túlio Migueis Jacob, Agenor Jácomo Clivanti Júnior, Tânia Mara Arantes Figueira, Hilton Carlos da Costa Campos e Talvany Neiverth.
Entenda - Em agsoto deste ano, o Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT) acatou denúncia proposta pelo Ministério Público do Estado, por meio do promotor de Justiça, Roberto Aparecido Turim, contra a Assembleia Legislativa (AL/MT), e abriu tomada de contas especial para investigar as supostas irregularidades referentes aos atos de improbidade administrativa com dano ao erário, ocorridas no período de 2010 a 2014.
De acordo com a denúncia, agentes públicos da Assembleia Legislativa teriam utilizado indevidamente da concessão de verba denominada “suprimentos de fundos” para o pagamento de despesas ilegais, cuja finalidade foge às atribuições do Poder Legislativo, bem como, para o desvio e apropriação indevida de recursos públicos.
A tomada de contas serviu para delimitar a responsabilidade dos gestores envolvidos, para posterior punição.
Atualizada às 09h11 - A servidora da AL/MT Maria Hlenka Rudy, chefe de gabinete da deputada estadual Janaina Riva (PSD) também teve mandado de prisão expedido. A servidora foi nomeada para o cargo comissionado em 30 de março deste ano.
Atualizada às 10h05 - O motorista Odenilton Gonçalo Carvalho Campos, que atuava junto ao gabinete de Janaína Riva, teve mandado de prisão temporária expedido pela Justiça contra ele, e é considerado foragido. A maioria das 19 pessoas apreendidas foi encaminhada para a Penitenciária Central do Estado (PCE) e para o Presídio Feminino Ana Maria do Couto May.
Entre os presos estão dois empresários e 20 servidores da AL/MT. Conforme o Gaeco, todos os funcionários públicos estiveram lotados na Presidência da Assembleia Legislativa na época em que o ex-deputado José Riva (PSD) comandava a Assembleia.
As prisões temporárias são cinco dias, podendo ser prorrogáveis ou convertidas em preventivas, conforme a necessidade.
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