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Política Quarta-feira, 13 de Maio de 2020, 08:46 - A | A

Quarta-feira, 13 de Maio de 2020, 08h:46 - A | A

depoimento

Servidor nega ter afirmado que dinheiro recebido por Pinheiro era propina: “sabia que tinha uma dívida”

“Não sabia o que acontecia no gabinete do Sílvio. Quem foi para pegar propina levou caixinha, mochila e o Emanuel não foi assim, disse Valdecir

Lucione Nazareth/VG Notícias

Atualizada às 10h09 - O servidor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Valdecir Cardoso de Almeida, nesta quarta-feira (13.05) disse que jamais afirmou que o dinheiro recebido pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) não era de propina e que apenas imaginou que a quantia estaria relacionada ao pagamento de dívida de pesquisa eleitoral realizada pelo Mark Instituto de Pesquisa, de propriedade de Marco Polo de Freitas Pinheiro (Popó), irmão do prefeito.

“Não afirmei nada. Eu ficava com o celular do Sílvio, e quase todo o dia eu recebia ligação do irmão do prefeito Emanuel Pinheiro, o Popó, cobrando o pagamento da pesquisa. No dia da gravação eu estava controlando a entrada dos deputados no gabinete, a pedido do Sílvio. Neste dia, o deputado Emanuel chegou pela porta da frente e o Sílvio disse que iria tratar com o deputado de forma isolada. Então, imagino eu, que não era para receber o que os outros receberam. Entendo ser de pesquisa”, declarou o servidor em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - CPI do Paletó -, que apura a suposta quebra de decoro e obstrução da Justiça por parte do prefeito de Cuiabá.

Valdecir afirmou que não foi a pessoa responsável por instalar a microcâmera no gabinete do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sílvio César Corrêa, que gravou deputados recebendo suposta propina. “Eu fui usado apenas para centralizar a câmera, não fui eu quem instalei o equipamento. Não sabia que o Sílvio iria gravar deputados”, disse.

Sobre a declaração em cartório em que afirmou que Emanuel Pinheiro não recebeu propina, o servidor declarou: “Eu fiz a declaração para me resguardar pelo fato de eu ter sido me envolvido na Operação Sodoma. Não foi a pedido de ninguém. Só não queria que me envolvesse nisso tudo aí, e a declaração ficou com meu filho. Não sei como foi parar nas mãos do prefeito”.

O servidor negou qualquer articulação ou envolvimento do seu filho para entregar a declaração a Pinheiro, e que ficou “surpreso” ao ver na imprensa que o documento foi encontrado na Operação Malebolge (12ª fase da Ararath).

Sobre os pagamentos no gabinete de Silvio, Valdecir disse: “Não sabia o que acontecia no gabinete do Sílvio. Quem foi para pegar propina levou caixinha, mochila e o Emanuel não foi assim. Então minha visão foi essa. Eu não sabia de mensalinho, não sabia de nada”.

Ele disse que jamais obteve contato com Emanuel antes da declaração em cartório e nem depois. “Só o vejo na televisão. Nunca tive qualquer contato”.

Ao final do depoimento, o servidor negou ter qualquer documento que comprovaria que o dinheiro recebido por Pinheiro fosse de pesquisas. “Foi uma dedução minha. Não tenho qualquer documento”, afirmando que Popó tinha lhe dito que pediria para Emanuel Pinheiro intercedesse junto ao governador Silval para pagar a suposta dívida de pesquisas.  

 

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