O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou nesta terça-feira (28.06) no Senado pedido de abertura para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias de tráfico de influência e corrupção no Ministério da Educação.
O requerimento de formação da CPI foi apresentado em março por Randolfe, depois que vazaram áudios do então ministro da Educação, Milton Ribeiro, sobre priorizar pedido pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), para a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A suspeita é de envolvimento da atuação dos pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura na liberação de recursos do Ministério para Prefeituras de aliados.
O documento chegou inclusive a alcançar as assinaturas necessárias em abril, mas a CPI acabou não sendo instalada porque senadores que inicialmente haviam apoiado a comissão recuaram.
Em entrevista coletiva, Randolfe afirmou que no pedido de CPI consta 30 assinaturas, mas esse número pode ser ampliado para 32. Segundo ele, é necessário a investigação das denúncias de corrupção do Ministério da Educação, assim como suposta interferência nas investigações da Polícia Federal denunciada pelo delegado Bruno Callandrini.
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O senador declarou que com a CPI será possível verificar com quem o está o telefone do ex-ministro Milton Ribeiro. O parlamentar afirmou que é preciso preservar o conteúdo do aparelho porque nele estaria o aviso de Bolsonaro feito a Ribeiro sobre a realização de operação policial. O suposto aviso teria sido feito pelo Chefe do Executivo dez dias antes da deflagração da Operação Acesso Pago que resultou na prisão do ex-ministro.
Ele ainda apontou que é preciso ainda “resguardar” as investigações e combater uma suposta trama que tenta tirar o delegado Bruno Callandrini da responsabilidade pelas investigações no Ministério da Educação.
“As circunstâncias desta investigação é que ela está sob ameaça, sob intervenção do senhor presidente da República e do ministro de Estado de Segurança Pública. A necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito se impõe para dar ao delegado Bruno Callandrini e aos investigadores, ao Ministério Público Federal a retaguarda necessária para que conduzam com tranquilidade as investigações. Não há dúvida que se instalou uma quadrilha no Ministério da Educação. Os indícios são fortes que o esquema desta quadrilha chega até o Palácio do Planalto”, declarou Randolfe.
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