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Política Terça-feira, 20 de Março de 2018, 09:22 - A | A

Terça-feira, 20 de Março de 2018, 09h:22 - A | A

Discurso

Senador compara BR de MT a boate Kiss: “Em média, por ano, mata 280 brasileiros”, diz

Rojane Marta/VG Notícias

Reprodução

BR 163

A falta de infraestrutura da BR-163 mata, em média, por ano, 280 brasileiros.

A BR-163, via em que se desloca e se escoa toda a safra do Estado de Mato Grosso, foi comparada à boate Kiss, pelo senador José Medeiros (Pode), devido aos registros de acidentes no local, ocasionados pela falta de infraestrutura. Vale lembrar que, por imprudência e más condições de segurança, um incêndio na boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013, matou 242 pessoas e feriu outras 680.

Segundo Medeiros, a falta de infraestrutura da BR-163 mata, em média, por ano, 280 brasileiros. “Quem perde é o povo de Mato Grosso, que continua morrendo um atrás do outro. A BR-163, em média, por ano, mata 280 brasileiros. É uma Boate Kiss todo ano. Como se não bastassem os prejuízos com essas vidas, tem muito mais: quase o dobro de pessoas ficam mutiladas e se tornam deficientes. E aí vêm os gastos, vem tudo. É por isso que os mato-grossenses já estão muito revoltados” declarou em discurso proferido no Plenário do Senado ontem (19.03).

O senador citou ainda, que quase uma vez por mês, os moradores de Lucas do Rio Verde vão para cima da BR-163 para protestar pelo fato de estarem pagando pedágio, e as obras de duplicação estarem paradas. “E estão paradas por quê? Porque o BNDES, por uma questão de compliance, não libera o dinheiro para fazer a duplicação da rodovia, conforme acordado em edital. E, por outro lado também, a medida provisória (800) que estava sendo votada, que ia fazer o aditamento, o prolongamento desses contratos de concessões, caducou; agora depende também de uma nova medida provisória para que esse imbróglio jurídico possa se desenrolar” criticou.

Medeiros disse que a situação complicou ainda mais, pois, segundo ele, “a Rota do Oeste, que é a concessionária da BR-163, é uma empresa de fim específico criada pela Odebrecht para tratar daquele negócio, mas, com o advento da Lava Jato, ela não pôde mais fazer a captação de recurso. Não é que não pôde: é que todos os órgãos ficam com medo de mandar o dinheiro”.

Outro dado apresentado pelo senador é que: houve um estudo feito sobre as rodovias de Mato Grosso e, na lista das rodovias regulares do Estado, estão as MT-243, BR-158, MT-343, BR-070, MT-407, BR-163, BR-174, BR-242 e BR-364. Mas, nas regulares, todos os quesitos foram considerados péssimo – o estado geral do pavimento, a sinalização e a geometria. “Ou seja, das regulares, o pavimento está péssimo. Então, a revolta não é à toa. Eu cotidianamente tenho vindo falar aqui, porque nós precisamos urgentemente da sensibilidade do BNDES” enfatizou.

Outra infraestrutura de BR criticada pelo senador é a do trevo da BR-163 com a BR-164, na cidade de Rondonópolis. “Ali próximo está o maior terminal ferroviário de carga da América Latina. São milhares de carretas por dia e as duas rodovias desembocam naquele trevo. Aí é engarrafamento todos os dias. É um tormento. A população já não aguenta mais” criticou.

De acordo com ele, é preciso que aquilo ali se desenrole. “Era para se desenrolar em seis meses. Passou um ano, passaram dois anos – já são quase três anos –, e as pessoas não aguentam mais tanto esperar” completou.

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