O deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) negou nessa terça-feira (05.07) desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa, como foi apontado na Operação Ventríloquo, e disse que os recursos foram utilizados para pagamento de despesas da Casa de Leis e não em despesas pessoais dos parlamentares.
De acordo com Gaeco, o esquema envolve o pagamento de R$ 9,4 milhões de seguros que a AL/MT contratou junto ao banco HSBC. Segundo as investigações, R$ 4,2 milhões foram desviados a título de propina para deputados estaduais. O esquema foi descoberto logo após a delação do advogado Joaquim Fábio Mielli de Camargo.
O ex-deputado José Riva em depoimento à justiça confessou que participou do esquema e que recebeu R$ 806 mil. Além disso, ele apontou que os deputados Guilherme Maluf (PSDB), Mauro Savi (PR), Gilmar Fabris e a ex-deputada Luciane Bezerra foram possíveis beneficiados com esquema.
Em entrevista, Romoaldo disse: “Quando eu assumi a presidência, eu era vice-presidente, assumi no meu dever constitucional de representar no impedimento do titular, e já existia essa ação há 18 anos. Perdemos ela na segunda instância, na terceira instância, e o banco buscou acordo na Assembleia por meio de um advogado. Saiu o acordo, com parecer favorável e nós pagamos. Existia realmente a dívida oficial referente a esse débito junto ao HSBC”.
O parlamentar explicou que indicou as contas da empresa Rede Shop Comércio de Combustíveis (posto de combustível) para receber parte dos valores, mas garante que não participou de nenhum esquema e nem recebeu propina.
“Sei que o posto que eu abastecia e toda estrutura da Presidência, que é a Rede Shop, está envolvido. Então, o que posso falar é que não teve vantagem pessoal para mim, mas sim, pra estrutura da Casa. Se pagaram sem licitação, sem o ordenamento financeiro, está errado. Mas desvio, posso afirmar que não houve”, afirmou.
Sobre pagamentos realizados pelo advogado Joaquim Fábio Mielli de Camargo, mesmo após a quitação da dívida, o peemedebista disse que desconhece e se houve algum acordo do delator com alguém da AL/MT, em relação aos pagamentos, não foi realizado com ele (Romoaldo).
“Sei que fiz um pagamento correto. A dívida existia. Se o doutor Joaquim Miele resolveu depois de quitado, soltar dinheiro e pagar conta da Assembleia, houve algum acordo, mas não foi comigo”, declarou.
O deputado disse acreditar que Riva só declarou ter recebido dinheiro de forma indevida, e delatar os ex-colegas de parlamento, apenas com intuito de não ser preso novamente. Além disso, ele apontou que todos os supostos esquemas no Legislativo que estão sendo denunciados, ocorrem porque no passado os deputados faziam um trabalho de “assistencialismo” junto ao cidadão, papel esse que segundo Romoaldo, deveria ser feito pelo governo do Estado.
“Antes os deputados faziam o trabalho de assistencialismo que é papel do Estado. Tem algum deputado que mais ajudou pessoas no interior de Mato Grosso do que o Riva? Tem algum deputado que mais atendeu pessoas na Assembleia que o deputado Riva? Não, não tem. E hoje pode ser preso a qualquer momento de novo por dizer que foram falcatruas na Assembleia. Não acredito que o Riva pegou esse dinheiro e colocou no bolso”, finalizou.
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