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Política Segunda-feira, 26 de Maio de 2014, 10:00 - A | A

Segunda-feira, 26 de Maio de 2014, 10h:00 - A | A

Coletiva

Riva afirma que prisão tem “cunho político” e diz ter “dedo” do senador Pedro Taques

José Riva afirmou ainda, que o acordo com o advogado de Júnior Mendonça para a delação premiada, foi feita no escritório de Pedro Taques.

por Edina Araújo & Renato Cordeiro/VG Notícias

O deputado José Riva (PSD) concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (26.05), e não economizou críticas ao senador e pré-candidato ao governo do Estado, Pedro Taques (PDT), a quem atribuiu a culpa por sua prisão.

O parlamentar foi enfático ao afirmar, que sua prisão no último dia 20, foi uma perseguição política e tem “dedo” de Taques. A 5ª fase da operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal, culminou nas prisões de Riva, do ex-secretário de Estado, Éder Moraes (PMDB), e também do superintendente do BIC Banco, em Mato Grosso, Luis Carlos Cuzziol, que foi solto na noite desse domingo (25.05), em Cuiabá. O único que permanece preso é Éder Moraes.

De acordo com o social-democrata, a delação de Júnior Mendonça, pivô da operação Ararath, teve interferência do senador Pedro Taques. Ainda de acordo com Riva, Mendonça só teria aceitado fazer a delação, depois de uma intermediação de José Santoro, um dos advogados de Júnior Mendonça, com Taques, que conforme o parlamentar são amigos. José Riva afirmou ainda, que o acordo com o advogado de Júnior Mendonça para a delação premiada, foi feita no escritório de Pedro Taques.

Segundo ele, mesmo o ex-procurador da República estando fora do Ministério Público Federal, há quatro anos, ainda tem influência no órgão - e usa para perseguir seus desafetos. Para ele, Pedro Taques quer vencer as eleições por WO. “Tem que gente que tem medo de pronunciar o nome de Pedro Taques, eu não tenho medo dele”, disse o deputado.

José Riva criticou também a procuradora da República, Vanessa Cristina Marconi Zago a quem intitulou de “maldosa” e que teria distorcido as informações e induzido o ministro Dias Tóffoli a erro. Ele disse que a procuradora deve ser colocada sob suspeição, por ser “amiga” de Pedro Taques.

“Fui preso indevidamente, minha família foi exposta de forma covarde, mas a decisão do ministro me conforta muito e me incentiva a continuar trabalhando pelo Estado”.

Relação com Mendonça - Quanto à relação com o empresário Júnior Mendonça, Riva justificou que a Amazônia Petróleo forneceu combustíveis não só para a Assembleia Legislativa, como também para o governo do Estado, Prefeitura de Cuiabá e ainda outros poderes constituídos.

Segundo ele, a Assembleia Legislativa não tem como controlar a idoneidade de todas as empresas, e saber se estão em nomes de “laranjas” ou de “fachada”. Riva afirmou que não houve desvio de dinheiro, que o produto comprado foi consumido, o que o deixa confortável.

Aplausos - O parlamentar chegou ao auditório Licínio Monteiro, na Assembleia e foi aplaudido por servidores que o acompanhavam até o local. A entrevista do deputado foi acompanhada por seus advogados.

Riva foi preso na última terça (20.05) em sua residência, sob acusação de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública. O social-democrata, que foi recolhido ao Presídio da Papuda, em Brasília foi libertado no final da tarde de sexta (23.05) e chegou ao Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande no último voo, em que foi recepcionado por amigos e familiares.

A revogação da prisão foi feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tóffoli, o mesmo que havia determinado a prisão. Tóffoli justificou em seu despacho que foi induzido ao erro porque não sabia que Riva desfrutava imunidade formal, ou seja, foro privilegiado. Mais informações em instantes.

Outro lado - A reportagem do VG Notícias entrou em contato com o senador Pedro Taques, e foi informada pela assessoria dele, que o pedetista não vai se pronunciar pessoalmente sobre as acusações do deputado José Riva, apenas vai emitir uma nota à imprensa ainda hoje.

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