O senador Renan Calheiros (MDB-AL) acaba de renunciar a sua candidatura à Presidência do Senado Federal.
O anúncio causou um alvoroço no Senado.
Renan foi eleito senador pela primeira vez em 1994, e, desde então, foi escolhido quatro vezes como presidente da Casa.
Ao renunciar a candidatura ele destacou: "Eles querem ganhar de todo jeito, com o voto da minoria. Isso não pode acontecer. E eu não sou o Jean Wyllys. Eu não vou renunciar ao meu mandato. Eu vou ficar aqui no Senado Federal. Mas o Brasil é testemunha do que desde ontem está acontecendo nesta Casa. Se eles podem tudo, eu disse ontem, sou eu que vou ser o cavalo do cão contra a Constituição, o Regimento, contra a maioria do voto. Eu não sou candidato para defender a democracia e o interesse do Brasil. Não há mais objeto da eleição".
Ainda, Renan declarou que desde a sessão de ontem os senadores vivem um constrangimento no Senado Federal. "Nós estávamos brigando para manter a Constituição Federal, por em prática o Regimento. E até agora nós não estamos conseguindo entregar à Nação a constitucionalíssima escolha, reproduzida no Regimento pelo mandamento constitucional, do Presidente do Senado. O que aconteceu de uma votação para outra? Ontem, a maioria teve que judicializar a decisão do Senado. É a primeira vez que isso acontece não é no Senado do Brasil, é numa Casa Legislativa. Agora, nós estamos repetindo uma votação, que foi anulada, porque o Senador colocou uma cédula dentro da outra cédula, então, onde é que nós estamos? O PSDB anunciou agora que estava abrindo o voto para retirar contra decisão do Supremo qualquer possibilidade de termos voto do José Serra, da Mara Gabrilli. O Flávio Bolsonaro, acabou, diferentemente do que fez na votação anterior, abriu o voto. Esse processo não é democrático".
E finalizou: "Para demonstrar que este processo não é democrático, eu queria lhe dizer que o Davi não é Davi, o Davi é o Golias. Ele é o novo Presidente do Senado, e eu retiro a minha candidatura".
Após a renúncia de Renan, os senadores se reuniram para definir se anulam de novo a votação. A senadora de Mato Grosso, Selma Arruda (PSL) defende por uma nova votação, para evitar uma judicialização da sessão, já que alguns senadores já haviam votado antes de Renan renunciar. "Presidente, no meio da votação, durante a votação, houve a exclusão de um candidato. Aí, com todo o respeito à opinião do colega que acabou de me anteceder, eu vejo exatamente o que os colegas falaram aqui embaixo: quem já havia votado, se, por acaso, votou em Renan Calheiros, agora perdeu seu voto. Portanto, vou dizer a vocês: se não for recomeçada a votação, vai judicializar de novo, pessoal! Não custa nada. Não se desiste mais. Entrou, acabou" declarou Selma.
Já o também senador de Mato Grosso, Jayme Campos (DEM) pede pela continuação da eleição. "Na verdade, o processo de votação já havia sido deflagrado. Agora, ninguém é responsável – vamos ser honestos aqui, ilustre Senadora Selma – de o Senador Renan Calheiros também renunciar a sua candidatura. É natural. V. Exa. tem uma tese de que poderá ser judicializado este processo. Por outro lado, eu não vejo assim, tendo em vista que foi de livre arbítrio que o senador Renan Calheiros renunciou aqui essa possibilidade de ser candidato até o fim do processo de votação e de escrutínio. De maneira que o presidente e o secretário da Mesa, senador Fernando Bezerra, têm que dar continuidade ao processo de votação para encerrarmos esta votação com maior brevidade possível. Essa é a minha opinião, e tenho certeza absoluta que é a opinião da maioria dos Srs. e das Sras. Senadoras. Particularmente, eu voto pela continuidade do processo de votação" disse Jayme.
Com a saída de Renan, a Presidência da Casa passa a ser disputada por cinco: Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Collor (Pros-AL), Reguffe (sem partido-DF) e Esperidião Amin (PP-SC).
Atualizada às 17h - O presidente interino, José Maranhão, decidiu em continuar a sessão. Com isso, os votos que Renan tinha recebido serão anulados.
Atualizada às 17h16min - Faltam ainda os votos de 13 Estados e do Distrito Federal.
Atualizada às 17h44min - Encerrada a votação. Quatro senadores deixaram de votar: Renan Calheiros, Eduardo Braga, Jader Barbalho e Maria do Carmo. Com isso, será preciso ter 77 cédulas envelopadas.
Atualizada às 17h47min - Foram totalizados 77 envelopes, agora dará início a checagem das cédulas, para então, começar a contagem dos votos.
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