“Para governar bem, um governante precisa ter a sensibilidade de sofrer com cada injustiça, cada tragédia individual e coletiva, cada morte que poderia ser evitada. Infelizmente, nem todo governante é capaz de entender, sentir e respeitar a dor alheia”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste sábado (07.05), em São Paulo, durante oficialização da chapa Lula e Alckmin, para eleições de outubro deste ano.
Lula afirmou que não é digno do título o governante incapaz de verter uma única lágrima “diante de seres humanos revirando lixo em busca de comida, ou dos mais de 660 mil brasileiros e brasileiras mortos pela Covid. Pode até se dizer cristão, mas não tem amor ao próximo”.
O ex-presidente enfatizou que a mais importante lição que aprendeu em 50 anos de vida pública, oito dos quais presidindo o Brasil, “é que governar deve ser um ato de amor”.
Ele lembrou o programa Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, ProUni, FIES e à política de cotas na universidade pública. Lula criticou os ataques feitos por políticos “irresponsáveis deste Governo” à soberania e a democracia. Criticou, ainda, as privatizações. “Desmontam, sucateiam e colocam à venda nossas empresas mais estratégicas. Entregam de mão beijada o patrimônio do povo brasileiro”.
O presidenciável falou diversas vezes sobre restaurar a soberania. Também destacou a importância de resguardar as fronteiras, defender as riquezas minerais, as florestas, os rios, os mares e a biodiversidade.
O petista falou sobre sua prisão - afirmando que foi vítima de uma das maiores perseguições políticas e jurídicas da história do país, segundo ele, fato reconhecido pela Suprema Corte e pela ONU. “Mas não esperem de mim ressentimentos ou desejos de vingança. Não nasci para ter ódio, nem mesmo daqueles que me odeiam”.
Segundo ele, o diálogo foi à marca registrada de seu Governo. “Realizamos 74 conferências, em âmbito municipal, estadual e nacional, com participação de milhões de pessoas. Dessa extraordinária participação popular nasceram várias políticas públicas que mudaram o Brasil”.
O ex-presidente lembrou que Alckmin foi governador quando ele era presidente – que foi seu adversário, mas também trabalharam juntos e mantiveram o diálogo institucional e o respeito pela democracia.
Lula disse “chega de ameaças, chega de suspeições absurdas, de chantagens verbais, tensões artificiais. O país precisa de calma e tranquilidade para trabalhar e vencer as dificuldades atuais. E decidirá livremente, no momento que a lei determina quem deve governá-lo. Nunca foi tão fácil escolher. Nunca foi tão necessário fazer a escolha certa. Mas é preciso dizer com toda clareza: para sair da crise, crescer e se desenvolver, o Brasil precisa voltar a ser um país normal, no mais alto sentido da palavra”.
Por fim, o ex-presidente frisou que o Brasil terá a oportunidade de decidir que país vai ser pelos próximos anos, e próximas gerações. O Brasil da democracia ou do autoritarismo? Do conhecimento e tolerância ou do obscurantismo e da violência? Da educação e cultura ou dos revólveres e fuzis?
“Em setembro, o Brasil completa 200 anos de Independência. Mas poucas vezes a nossa independência esteve tão ameaçada. Vamos comemorar o 7 de setembro a menos de um mês das eleições, quando o Brasil terá a oportunidade de reconquistar sua soberania”.
Companheiro de chapa - Geraldo Alckmin que falou por vídeo conferência por conta de estar contaminado com Covid-19 - recordou seu apelido e disse: "Lula e Chuchu vão ser o prato predileto de 2022 - e vão ser o prato da moda no Palácio do Planalto a partir de 2022". O ex-governador disse que "chegou a hora de reconstruir o Brasil!"
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