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Política Segunda-feira, 03 de Fevereiro de 2020, 09:30 - A | A

Segunda-feira, 03 de Fevereiro de 2020, 09h:30 - A | A

R$ 38 milhões

Propina paga por Riva a deputados para poderia ter construído 34 UBSs, 15 creches e até 15 UPAs

Lucione Nazareth/VG Notícias

Os R$ 38 milhões desviados por meio de esquema de pagamento de propina para deputados e ex-deputados revelado pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), José Riva, em delação premiada firmada com o Ministério Público Estadual (MPE), nas eleições para a Mesa Diretora da Casa de Leis, poderiam ser usados para construir 34 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 15 creches, 15 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou até oito escolas estaduais.

De acordo a delação de Riva, que está no gabinete do desembargador Marcos Machado no Tribunal de Justiça aguardando ser homologado, foram pagas propinas que variavam de R$ 2 milhões até R$ 10 milhões para garantir a eleição da Mesa Diretora.

Segundo ex-deputado, mais de 30 parlamentares teriam recebido o dinheiro de forma ilícita para ajudar Riva a ficar 20 anos no comando da Assembleia entre 1995 a 2015.

A quantia delatada por Riva, R$ 38 milhões, por exemplo, poderiam auxiliar para garantir melhor atendimento na Atenção Básica de Saúde com a construção de 34 Unidades Básicas de Saúde, do mesmo suporte da UBS instalada no Parque do Ipê em Várzea Grande e que custou na ordem de R$ 1,1 milhão.

Ainda na área da Saúde, o recurso usado de forma ilícita, poderiam ainda ser usado para construir 15 UPA’s do mesmo padrão da unidade do Cristo Rei que custou na ordem de R$ 2,4 milhões. A unidade funciona 24 horas por dia e tem capacidade de atendimento diária de 200 pessoas.

Todo ano, mães e pais dormem em filas em busca de vaga para seus filhos em creche, e os R$ 38 milhões usados por Riva para pagar propina a deputados, dariam para construir 15 creches visando atender crianças de 0 a 4 anos de idade. Esta estimativa está baseada nos valores das unidades educacionais construídas em Várzea Grande ao custo médio de R$ 2,4 milhões e com capacidade de receber até 396 crianças em dois turnos (matutino e vespertino).

Além disso, os valores poderiam ter sido usados na construção de oito escolas estaduais, sendo cada escola com capacidade de atendimento de 360 estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio, por turno, em 12 salas de aula. Cada unidade desta custaria em média R$ 4,6 milhões.

Pagamentos de propina  - Segundo o ex-deputado, em 1995 quando entrou na Assembleia houve pagamento das verbas extras. Naquele ano, Riva tornou-se 1º secretário por uma composição de seu partido. Segundo ele, foi o ex-deputado Gilmar Fabris (PSD) quem, na época, coordenou a campanha. Ele não informou os valores pagos nesta eleição.

Na eleição da Mesa para o triênio 1997/1999, teriam sido pagos um total de R$ 2 milhões aos deputados em propina para que ele (Riva) fosse o presidente da AL/MT e Romoaldo Júnior como 1º secretário - os pagamentos foram realizados com dinheiro desviado da própria Assembleia. Receberam os recursos ilícitos, segundo Riva, os então deputados: Eliene Lima, Paulo Moura, Dito Pinto, Amador Tut, Manoel do Presidente (Manoel Ferreira de Andrade), Jorge Abreu, Ricarte de Freitas, Emanuel Pinheiro, Zilda Pereira Leite, Moisés Feltrin e Nico Baracat. Cada um teria recebido entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.

Na eleição seguinte, 1999/2001, Riva disse que pagou R$ 3 milhões com compra de votos – dinheiro que teriam sido adquiridos por meio de esquema de desvios no Legislativo e que contou com auxílio do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Naquela eleição os seguintes deputados receberam a propina: Eliene Lima, Pedro Satélite, José Carlos de Freitas, Nico Baracat, Joaquin Sucena, Amador Tut, Emanuel Pinheiro, Gonçalo Domingos de Campos Neto, Dito Pinto, Alencar Soares e Carlão Nascimento. Cada um dos parlamentares teria recebido entre R$ 200 mil e R$ 250 mil.

Para o biênio de 2001/2003, o ex-deputado contou que foram pagos R$ 3 milhões em propina, na época ele ficou como 1º secretário e Humberto Bosaipo como presidente.  Receberam os valores: Eliene Lima, Pedro Satélite, José Carlos de Freitas, Nico Baracat, Joaquin Sucena, Amador Tut, Emanuel Pinheiro, Campos Neto, Dito Pinto, Carlos Carlão Nascimento e Alencar Soares. Eles receberam cada entre R$ 200 mil e R$250 mil.

A Mesa Diretora de 2003 e 2005 (Silval Barbosa como presidente), foram pagos mais R$ 3 milhões, desviados da AL/MT, divididos em propinas com valores entre R$ 200 mil e R$ 250 mil para 13 deputados. Receberam as propinas os deputados Alencar Soares, Carlão Nascimento, Dilceu Dal’Bosco, Pedro Satélite, Nataniel de Jesus, Campos Neto, Joaquim Sucena, João Malheiros, Eliene Lima, José Carlos de Freitas, Sebastião Rezende, Sérgio Ricardo e Mauro Savi.

No biênio 2005/2007 (novamente Silval presidente), Riva disse que pagos R$ 4 milhões pela compra de votos da eleição da Mesa Diretora. De acordo com o ex-deputado, cada parlamentar passou a receber cerca de R$ 250 mil pelo voto. 

Entre 2007/2009 Riva participou da chapa que teve como candidato a presidente Sérgio Ricardo. Nessa eleição, teriam sido gastos R$ 4 milhões, com o pagamento de R$ 250 mil a 16 deputados. Teriam recebido a propina: Dilceu Dal’Bosco, Walter Rabelo, João Malheiros, Chica Nunes, Ademir Brunetto, Guilherme Maluf, Adalto de Freitas, Humberto Bosaipo, José Domingos Fraga, Wallace Guimarães, Mauro Savi, Sebastião Rezende, Airton Português, Campos Neto, Maksuês Leite e Chico Galindo.

No biênio 2009/2011, Riva e Sérgio Ricardo emprestaram R$ 4 milhões de diversas factorings de forma a financiar o pagamento de R$ 300 mil a R$ 350 mil em propina para 13 parlamentares. Nesse período, o Riva ocupou o cargo de presidente e Sérgio Ricardo foi primeiro-secretário. Receberam os valores: Guilherme Maluf, Chica Nunes, Adalto de Freitas, Dilceu Dal’Bosco, Wagner Ramos, Zé Domingos Fraga, Wallace Guimarães, João Malheiros, Mauro Savi, Sebastião Rezende, Ademir Brunetto, Maksuês Leite e Chico Galindo.

Já na eleição da Mesa Diretora período entre 2011/2013 teriam sido desviados R$ 5 milhões para o pagamento de R$ 400 mil para os seguintes deputados: Ezequiel Fonseca, João Malheiros, Sebastião Rezende, Wagner Ramos, Baiano Filho, Nilson Santos, Wallace Guimarães, Walter Rabello, Dilmar Dal’Bosco, José Domingos Fraga, Guilherme Maluf e Ademir Brunetto. Segundo Riva, Mauro Savi, Romoaldo Junior, Luiz Marinho e Airton Português teriam aberto mão da propina pelos cargos que viriam a ocupar na Mesa Diretora.

A eleição mais cara, segundo delação de Riva, foi da Mesa Diretora biênio 2013/2015. Na época, Riva também foi eleito presidente e o ex-deputado Mauro Savi como 1º secretário. Foram gastos R$ 10 milhões, sendo pagos R$ 800 mil pelo voto dos seguintes parlamentares: Ezequiel Fonseca, Ademir Brunetto, Guilherme Maluf, Wagner Ramos, Wallace Guimarães, Walter Rabello. Zé Domingos Fraga e Antônio Azambuja (o qual dividiu o valor com Mauro Savi a título de empréstimo). Já o voto dos deputados Sebastião Rezende, Baiano Filho, Nilson Santos, Airton Português, Luiz Marinho, João Malheiros e Dilmar Dal’Bosco valeram entre R$ 400 mil e R$ 500 mil, cada.

VG Notícias

propina Mesa AL

 

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