O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a criticar nesta terça-feira (17.08) os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, afirmando que eles se acham “dono do mundo”, contudo, disse que não irá fazer “lobby” no Senado para que os senadores aprovem pedido de impeachment contra os ministros.
No último sábado (14.08), Jair Bolsonaro usou as redes sociais para anunciar que vai entrar nesta semana pedido no Senado Federal para instaurar um processo contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
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Em entrevista à rádio Capital FM, Bolsonaro afirmou que nunca atacou a Constituição Federal e que vem “agido dentro das quatro linhas da Constituição”, ao contrário dos ministros do Supremo. Ele deixou claro que suas críticas ao STF são pontuais a Barroso e Moraes, e não aos 11 ministros que compõem a Corte Supremo.
“Não pode poucos ministros, poucas autoridades se tornarem donos do mundo, dono da verdade. Quando falo do ministro Barroso e do Alexandre, estou dizendo de dois ministros do Supremo. Então quem diz que eu ataco os 11 ministros não está falando a verdade. Tem um ministro lá (Kassio Nunes Marques) que foi indicado por mim. Ele não mudou a linha que eu conhecia dele no passado. Agora não pode o ministro do Supremo, no caso o Alexandre de Moraes, ele mesmo abre inquérito, investiga e ele é mesmo prender. Não tem a participação do Ministério Público, nada”, disse Bolsonaro.
Nesta linha, o presidente questionou se o ministro Alexandre de Moraes irá pedir no inquérito de Fake News (aberto contra Bolsonaro no STF), diligências, determinar buscas e apreensão na residência presidencial (casa de Bolsonaro em Brasília) sem antes ouvir o Ministério Público Federal (MPF). O chefe do Poder Executivo ainda atacou o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Felipe Salomão.
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“Ele abriu agora um inquérito de Fake News sobre minha pessoa sem ouvir o Ministério Público. Vai fazer diligência, busca e apreensão em minha casa. Vai me sancionar nas mídias sociais por acaso. Será que ele vai chegar a este ponto? Ele está fazendo barbaridades agora juntamente com o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, o senhor Salomão, que em uma caneta resolveu desmonetizar certas páginas de pessoas que criticam a falta de transparência do voto”, disse.
Sobre o pedido a ser protocolado no Senado, Jair Bolsonaro garantiu que não irá fazer qualquer “lobby” ou reunião com senadores para aprovarem afastamentos de Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
“Vai estar no Senado agora. É independência. Não vou agora tentar cooptar senadores, de uma forma ou de outra, oferecendo alguma coisa para eles, etc para eles votarem o impeachment deles (ministros do STF). Eu não irei fazer como o senhor ministro Barroso fez: foi para dentro do parlamento reunir com lideranças partidárias, que após isso a maioria das lideranças resolveram trocar membros da Comissão por parlamentares que votariam contrários a PEC do voto impresso”.
Ele ainda acrescentou: “Ninguém quer uma ruptura. Uma ruptura interna e externa. O mundo pode levantar barreiras comerciais para gente, causar um caos aqui dentro. E eu tenho que agir dentro das quatro linhas, como senhor Alexandre de Moraes, e Salomão do TSE, está fora das quatro linhas. Onde é o limite disso? Eu sou leal ao povo brasileiro”.
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