Montagem
Bate-boca iniciou após vereadora pedir a palavra para rebater declarações de que ela teria compartilhado conteúdo denegrindo imagem dos colegas de parlamento
A Câmara Municipal de Cuiabá teve mais um episódio de baixaria na manhã desta quinta-feira (04.11), em sessão ordinária, resultado de um bate-boca envolvendo o presidente do Legislativo, Juca do Guaraná Filho (MDB) e a vereadora Michelly Alencar (DEM).
O desentendimento começou quando o vereador Sargento Vidal (PROS) usou da palavra para relatar que a Michelly Alencar teria compartilhado uma publicação em sua rede social no qual cita que o “futuro pedido de cassação” do prefeito afastado, Emanuel Pinheiro (MDB), estaria ligado ao “tamanho do cheque” recebido por cada parlamentar.
“Não pode acontecer o que está acontecendo esta semana nas redes sociais. As pessoas me mandam aqui: a cassação do prefeito em Cuiabá vai depender do tamanho do cheque que os vereadores receberem. Como assim? Tem um cheque aí. Eu não peguei o meu! Aonde está esse cheque? Tem que perguntar para a vereadora Michelly Alencar que divulgou nas redes sociais dela denegrindo todos os demais vereadores. Ela está afirmando que tem um cheque. É fala de um jornalista e ela replicou na rede dela”, declarou o parlamentar.
Vidal afirmou que não conversou com ninguém sobre o pedido de abertura de Comissão Processante contra Emanuel Pinheiro que pode resultar na cassação do gestor.
Ainda, segundo ele, a postagem de Michelly pode ser enquadrado como quebra de decoro parlamentar ao denegrir a imagem dos vereadores, chegando a citar inclusive o episódio envolvendo o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que teve um vídeo excluído das redes sociais e do YouTube por relacionar a vacina contra a Covid-19 com o desenvolvimento de Aids ao citar publicação de terceiros.
Após a fala, Alencar tentou pedir a palavra para responder sobre a questão, alegando que foi acusada, citada de forma pejorativa. “Eu fui acusada. O senhor vai me calar senhor presidente. Pela ordem senhor presidente”, disse a vereadora.
“Não estou te calando vereadora, apenas estou seguindo o Regimento", respondeu o presidente da Câmara. Michelly continuou pedindo a palavra afirmando que estava tendo o direito da fala cerceado. "Vereadora não adianta a senhora ficar histérica como uma menina que perdeu um doce”, rebateu Juca do Guaraná, pedindo para o próximo vereador inscrito fazer uso da palavra.
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Os vereadores de oposição Diego Guimarães (Cidadania), Dilemário Alencar (Podemos) revoltaram-se com a declaração de Juca, e pediram respeito, assim como a própria Michelly: “Que falta de respeito. Um absurdo”, rebateu a vereadora.
Ao final, o presidente da Câmara pediu para ser lido Regimento Interno da Casa de Leis, em que cita que o vereador teria direito a fala apenas no caso que for citado nominalmente quando for atingido em sua honra. “Eu não fui senhor presidente. Eu fui atingida”, voltou a questionar Alencar.
Em decorrência do tumulto, Juca do Guaraná suspendeu a sessão. “Vocês querem fazer bagunça, eu vou encerrar a sessão. Encerrado a sessão”.
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