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Política Terça-feira, 28 de Março de 2023, 16:57 - A | A

Terça-feira, 28 de Março de 2023, 16h:57 - A | A

coletiva

Prefeito aponta "má-fé extraordinária" e chama intervenção estadual de “Gabinete de invenção”

O prefeito Emanuel Pinheiro questionou novamente os motivos da intervenção, bem como, apontou “desonestidade” do Gabinete de Intervenção

Adriana Assunção & Kleyton Agostinho/VGN

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), em entrevista coletiva nesta terça-feira (28.03), chamou o Gabinete de Intervenção do Estado na Saúde de Cuiabá de  “Gabinete da invenção”. Segundo o prefeito, as “invenções” apresentadas pelo Estado, induziram o Judiciário ao erro e agora busca induzir a sociedade.

“Eu vou falar sobre o Gabinete da invenção – porque são invencionistas, não se pode levar a sério esse Gabinete, porque são invencionistas em cima de invencionistas para justificar o injustificável. Conseguiram induzir o Judiciário ao erro, querem induzir a sociedade, nós vamos resistir e mostrar a verdade dos fatos. Então, eles precisam produzir esses factoides através do Gabinete da Invenção”, exaltou o prefeito.

Emanuel questionou a Intervenção apresentar como caos, 34% das cadeiras odontológicas estarem quebradas. Segundo o prefeito, o Gabinete mostra "um desconhecimento de causa terrível ou uma má-fé extraordinária", neste caso, avalia ser as duas coisas.

“Eles não têm a menor noção do que estão fazendo. Aparentemente eles (intervenção) não sabem que a Saúde recebe Fundo a Fundo da União. O Fundo a Fundo não passa pela fonte 100 ou Fonte 500, os poucos recursos do Estado que vêm, não passam pela fonte 100 ou 500, vai direto para Saúde”, criticou.

O prefeito completou dizendo que o presidente da Câmara de Cuiabá, Chico 2000 (PL), que é contador, desfilou conhecimento durante a sessão ordinária desta quarta (28), ao apresentar a explicação técnica. “Chico até se colocou à disposição para fazer uma consultoria da equipe do Gabinete da invenção, porque eles confundiram déficit – até pararam de falar de rombo – pelo menos isso, e confundiram déficit da Prefeitura”, destacou.

Para Emanuel, problemas de gestão foram claramente transformadas em locomotiva política para desestabilizar o prefeito da Capital. “E não está envolvido nisso o Ministério Público e nem o Judiciário – foram induzidos ao erro, estava – na minha avaliação – o ex-procurador de Justiça está envolvido, o atual não está e nem o Judiciário.”

Emanuel afirmou que “o mundo desabaria em sua cabeça”, se fosse contra ele a denúncia apresentada pelo deputado estadual Valdir Barranco (PT), que aponta uma suposta contratação de uma empresa de Várzea Grande, suspeita de ser “fantasma”, pelo Gabinete Estadual de Intervenção da Saúde, sem licitação, pelo valor de R$ 500 mil para prestar serviços de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) Pediátrica em Cuiabá.

“Se fosse contra mim, nem precisava nada, disse aqui: já estava o mundo desabando na minha cabeça. 10 mil pedidos de afastamento, de processante, de tudo mais. Isso aqui é formação de quadrilha. (...) Como não sou investigador, não sou Polícia, vamos encaminhar para o processo, para o Ministério Público Estadual, Federal, a Polícia Federal, ao Tribunal de Contas da União, com verba federal. Está na cara, igual a essa, tem várias outras, que vão surgir. Mostrando claramente qual a intenção nessa trapalhada toda do Gabinete de (Invenção)”, criticou o prefeito.

Leia mais: Empresa “fantasma” de VG é contratada pelo Gabinete de Intervenção, diz denúncia do Barranco

Pinheiro questionou novamente os motivos da intervenção, bem como, apontou “desonestidade” do Gabinete de Intervenção estadual ao afirmar que o processo para compra de medicamentos foi feito pela Intervenção. Segundo Emanuel, o processo foi feito pela saúde municipal.

“Dificuldades, falta de medicamentos existem, agora é motivo de intervenção? Então, intervém no Estado, intervém em todos os municípios, intervém em Várzea Grande, intervém em qualquer lugar. Falta de medicamentos, inclusive com a crise que teve na indústria farmacológica – principalmente na pandemia para cá, não há município neste país, que não tenha problema. Teve problemas, teve, mas nunca deixamos de atender, fizemos um pregão, infelizmente não podemos comprar de uma hora para outra. Está chegando 4 milhões de medicamentos, que eles estão tendo a desonestidade de dizer que são eles que fizeram todo o processo. Foi tudo feito por nós”, disse Emanuel.

O prefeito afirmou que todas as providências foram tomadas, realização de concurso, processo seletivo entre outros. Emanuel declarou que recebeu a Saúde com um quantitativo que aumentou durante o mandato.

"Todas as providências estavam sendo tomadas e nós íamos tocando uma saúde que recebemos desse tamanho e ampliamos desse tamanho, muito maior do que aquela que recebi. Infelizmente o Estado boicotou, faltou recurso e o município vinha arcando com o apoio da União dentro do possível. Mas, mesmo que haja, você não está falando de todo, falta de medicamento, falta de médico, não é motivo de intervenção. Vamos fazer um TAC, vamos fazer um acordo”, disse o prefeito, afirmando que Cuiabá não descumpriu o TAC, um dos argumentos para intervenção.

Emanuel afirmou que no processo de intervenção foi apontado, inclusive, mortes, que segundo ele, nunca existiram. Ele afirmou ser claro, que há “dois pesos e duas medidas” ao apontar as mortes de bebês no Hospital Santa Casa, que está sob intervenção do Governo estadual.

“Quem morreu? Que dia foi isso? A senhora sabe que pelo CRM a senhora é obrigada a fazer um BO e a comunicar o CRM o falecimento, principalmente se foi negligência da gestão pública, a senhora fez isso? Não. Vocês não. Enquanto foi isso, quem é o paciente? Quem morreu agora do atual Governo na intervenção eu te passo o nome de quem morreu. Entendeu? Inclusive na UTI da Santa Casa cinco bebês morreram, que está sob intervenção do Governo do Estado", questionou o prefeito. 

 

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