Os dois policiais militares, envolvidos na morte de Diego kalinisk, no município de Vera (a 460 km de Cuiabá), após resistir a prisão, na noite desse sábado (04.02), foram afastados de suas funções. A informação consta da nota emitida pela Polícia Militar, nesta segunda-feira (06.02).
Segundo a PM, o 3° Comando Regional abriu inquérito para a apuração dos fatos. “O Governo de Mato Grosso reforça que não coaduna com nenhum tipo de violência ou abuso de autoridade", diz trecho da nota.
Manifestações
Em suas redes sociais, o deputado federal José Jonildo de Assis, popular Coronel Assis (PL), diz acreditar na isenção da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso (PM/MT) para investigar a morte de Diego kalinisk.
Já o comandante-geral da PMMT, coronel Alexandre Correia Mendes, afirmou que nada justifica a perda de vidas, mas rechaçou a conduta dos até então conduzidos em esmurrar policiais.
“Policiais foram rechaçados, agredidos e impedidos de realizarem o trabalho (...) Tenho convicção que, sem dúvida, a Instituição da PMMT estará de forma isenta e imparcial, diante dos mecanismos de controle que possui, apurando as circunstâncias dos fatos e os envolvidos na ocorrência, que reitero estavam a trabalho representando o Estado”, destacou o deputado e ex-comandante-geral PMMT.
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O coronel Alexandre Correia Mendes, manifestou, por meio de carta aberta, que os policiais serão investigados, porém, destacou que a discussão vai além ocorrido, considerando, inclusive, a agressão aos policiais que estavam a serviço do Estado durante a abordagem. “Precisamos falar sobre a ação policial, sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido.”
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VEJA CARTA NA ÍNTEGRA
Perante a realidade policial soam frágeis todas as opiniões, especialmente as passionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacifica de Vera.
Precisamos falar sobre a ação policial, sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso.
Precisamos falar ainda, com relevo neste caso, sobre a ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem.
Poucos sabem, mas não é apenas a PM a deter o "poder de polícia" para evitar males como esse. Regulação; fiscalização; notificação e embargo, são palavras que antecedem o trabalho policial ali --- e evitam tragédias.
Pois, diante de fatos complexos, não podemos dar respostas simples, do tipo "certo" ou "errado", colocando em xeque quem chega para resolver.
Perdemos todos com a perda de uma vida. Nenhum policial sai de casa com esse propósito, embora consciente dessa possibilidade quando técnica. Nenhum jovem sai para se divertir para não retornar.
Todas as providências foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver --- porque assim a vida pede.
A sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal midiático.
Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas, de modo que situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso Estado. Sobretudo que todos os nuances sejam esclarecidos em respeito à sociedade verense que tão bem acolhe o trabalho policial.
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