O senador mato-grossense Pedro Taques (PDT) não conseguiu se eleger presidente do Senado Federal. Antes da eleição, Taques já havia afirmado que a derrota era certa. “A derrota é certa, transparente, matemática”, disse; ele lembrou que “Tiradentes também foi um derrotado, Ulysses Guimarães também foi um grande perdedor”.
Confirmando o favoritismo, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) obteve 56 votos e saiu vitorioso da eleição. Taques obteve 18 votos. Foram contabilizados dois votos nulos e dois em brancos. A eleição foi realizada no início da tarde desta sexta-feira (01.02), com a presença de 78 senadores. Calheiros comandará a Casa no biênio 2013 e 2014.
Indicado pelo PMDB, maior bancada do Senado, e alvo de denúncia da Procuradoria Geral da República, Renan assume pela segunda vez o comando do Legislativo. Ele substituirá José Sarney (PMDB/AP).
No primeiro discurso como presidente do Senado, Calheiros fez homenagem a Sarney. "Faço uma deferência especial ao presidente José Sarney, um visionário cuja história política é única. Foi ele que nos conduziu da escuridão da ditadura para a luminosidade democrática, legalizando partidos, a liberdade sindical e banindo a censura do Brasil”.
Renan também defendeu a modernização da Casa. "Temos agora a oportunidade de aprofundar a mudança de costumes e práticas. O Senado precisa se modernizar, se abrir ainda mais para a modernidade."
Pelo Twitter, Pedro Taques anunciou que deseja um bom mandato a Renan Calheiros. "Desejo ao senador Renan um bom mandato. Que ele não faça apenas o que os senadores querem, mas o que a sociedade quer” publicou.
Renan Calheiros retoma a Presidência da Casa após seis anos. Em 2007, ele deixou o cargo em meio a denúncias de que usou dinheiro de lobista para pagar pensão de uma filha fora do casamento. Absolvido pelo plenário, Renan continuou como senador e era, até agora, líder da bancada do PMDB no Senado.
Em razão dos mesmos fatos de 2007, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou o Renan ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Se o Supremo aceitar a denúncia, Renan Calheiros será réu e responderá a processo criminal.
Perfil: Formado em direito pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Renan Calheiros foi eleito deputado federal em 1982 pelo PMDB. Em 1994, assumiu o primeiro mandato como senador.
Em 1998, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1955-2002), foi escolhido para comandar o Ministério da Justiça, cargo que ocupou até 1999.
Reeleito senador em 2002, Renan Calheiros e o PMDB decidiram apoiar o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Em 2005 foi eleito presidente do Senado e do Congresso Nacional, cargo que deixou em 2007, acuado por processos que poderiam custar seu mandato.
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