O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI Mista do Cachoeira, convocou para a próxima terça-feira (16) uma reunião entre os líderes partidários para discutir a possibilidade ou não de prorrogação dos trabalhos da comissão. O colegiado, que investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, tem prazo para funcionar até o dia 4 de novembro, mas pode ser prorrogada por mais 180 dias.
"Na próxima terça, vamos ter uma reunião no meu gabinete para discutir a prorrogação da CPI", anunciou Vital do Rêgo na reunião desta terça (9).
Após mais de um mês sem audiências por causa da campanha eleitoral, os parlamentares que integram a comissão voltaram a se reunir na tarde desta terça. Logo no começo dos trabalhos, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), membro titular da CPI, afirmou que vai dar início à coleta de assinaturas para conseguir a prorrogação.
São necessárias, no mínimo, 27 assinaturas no Senado e 171 na Câmara, mesmo número que foi preciso para a criação da comissão para estender o prazo de investigação.
"Estamos iniciando acoleta de assinaturas [...] Considerarmos inevitável sua prorrogação diante de fatos novos que existe, de amanhã termos quase 500 requerimentos para analisar. Se torna indispensável a prorrogação da CPI neste momento", defendeu Randolfe.
O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que, enquanto não houver definição sobre a prorrogação, seguirá trabalhando para entregar o relatório com as conclusões para o dia 4 de novembro.
"Prazo existe para ser cumprido. Nós temos o prazo para cumprir até 4 de novembro. Eu trabalho com o prazo. Até 4 de novembro temos de ter uma definição [sobre prorrogação]. Como eu trabalho com o prazo, eu tenho até 4 de novembro para fazer o relatório. Não estou negando nem defendendo a prorrogação da CPI, mas eu trabalho com o prazo", disse.
Apoio à prorrogação
Há uma semana, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) enviou um ofício a Vital do Rêgo pedindo a prorrogação. Como não é titular da comissão, o pedido de Simon precisava ser acatado pelos integrantes da comissão. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), também defendeu a prorrogação dos trabalhos.
"Não concordamos com o encerramento desta comissão antes que possamos avançar na investigações. Apenas iniciamos as investigação. Supostamente recursos utilizados para o pagamento de propina, este é o desafio desta CPI. Vamos assinar o prorrogamento desta CPI", afirmou.
O líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ), afirmou que vai assinar o pedido, mas defendeu a votação de requerimentos que pedem a quebra do sigilo de empresas fantasmas supostamente ligadas ao esquema do contraventor. A reunião para análise de requerimentos, que estava marcada para esta quarta (10) foi transferida para a próxima quarta-feira (17).
"A primeira coisa que precisamos fazer é quebrar sigilo destas 12 empresas. Será que se encaminharmos desde já ao Ministério Público o sigilo quebrado não chegaremos ainda mais rápido ao resultado esperado", questionou o deputado.
Depoimento
Ainda na tarde desta terça, os parlamentares que participam da CPI vão ouvir o depoimento do deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), suspeito de envolvimento com o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Segundo a Polícia Federal, Leréia mantinha relação próxima com Cachoeira e, conforme gravações de escutas telefônicas, chegou a receber a senha do cartão de crédito do bicheiro.
O própro Leréia chegou a afirmar no plenário da Câmara, em maio, que era amigo do bicheiro. Na ocasião, o deputado lembrou que era aniversário de Cachoeira.
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