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Política Terça-feira, 03 de Outubro de 2023, 16:42 - A | A

Terça-feira, 03 de Outubro de 2023, 16h:42 - A | A

CPMI do 8 de Janeiro

“Pai da soja” de MT acusado de financiar ataques ao STF é ironizado por usufruir de decisão do Supremo

"Foi o Supremo que o senhor ajudou a financiar para ser atacado, que lhe deu o direito a ficar calado", declarou o deputado federal

Adriana Assunção/VGN

O deputado federal Carlos Veras (PT-PE) deu uma “lição de moral” e ironizou o fato do empresário de Sorriso, Argino Bedin – conhecido como “pai da soja” de Mato Grosso -, usufruir do direito de permanecer calado durante depoimento à Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI do 8 de Janeiro) nesta terça-feira (03.10).

Bedin, que defendeu a Ditadura é acusado de “patrocinar” atos antidemocráticos, que culminou nos ataques aos Poderes da República. Ele gozou do direito após obter uma decisão favorável ao Habeas Corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF), instituição que também foi alvo dos ataques.  

“O senhor deu uma declaração dizendo que achava ótima a ditadura e que só quem era preguiçoso não gostava. Não gosta de Ditadura quem respeita esta Casa, a Câmara Federal, o Senado, quem respeita os Poderes Constituído. Não gosta de ditadura, porque jamais, em uma ditadura, um homem tão rico como senhor estaria aqui como testemunha de um processo de atentado e de ataque a Democracia”, declarou.

Veras seguiu: “Só a Democracia faz com que todos possam ser ouvidos e ter direito a reposta, de ter direito até de ficar calado sem responder, foi o Supremo que o senhor ajudou a articular, a financiar para ser atacado, que lhe deu o direito a ficar calado. Isso é Democracia, por isso, o senhor está aí e tem o direito a ficar calado.”

Carlos Veras questionou Bedin que respondesse de forma simples e sem fazer juízo de valor, qual a avaliação do empresário mato-grossense dos atos de 8 de Janeiro. Já Bedin, repetiu a frase orientada pela sua defesa, utilizada em todo depoimento: “vou exercer meu direito de ficar calado.”

A única resposta do empresário foi para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que questionou nomes dos familiares. Nomes, que assim como do empresário, constam entre os proprietários dos caminhões usados em bloqueios de estradas em janeiro. Quem é Evandro Bedin? Sendo respondido: “Filho do meu primo”. Roberta Bedin: “minha filha”. Sérgio Bedin: “meu primo” Ari Pedro Bedin: “meu primo. Luciano Bedin: “meu sobrinho”, Nilson Bedin: “meu sobrinho”, Rafael Bedin: é filho do meu primo”.

“Todas essas pessoas constam no relatório da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) como pessoas que colocaram caminhões para os bloqueios das rodovias, destes aqui, quatro tiveram contas bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal, Argino Bedin, Rafael Bedin, Roberta Bedin e Sérgio Bedin”, destacou a deputada.  

Leia mais: Durante depoimento do empresário de Sorriso, CPI de 8 de Janeiro expõe vandalismo em rodovias de MT 

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